O Estado norte-americano da Califórnia, cujas ambições na área de energias renováveis ajudaram a desenvolver as indústrias de energia solar e eólica, está tomando um próximo passo essencial, propondo um aumento acentuado no armazenamento de energia para uma melhor integração de energia renovável com o resto da rede.
As energias do sol e do vento oscilam dramaticamente e armazená-las para uso posterior tornaria a oferta mais previsível.
"Nós não podemos contar apenas com luz solar", disse o governador Jerry Brown na conferência Intersolar, em San Francisco, no mês passado. "Temos de engarrafar a luz do Sol."
O impulso de armazenamento da Califórnia ocorre enquanto as energias renováveis se movimentam em direção a uma participação de um terço do fornecimento de energia elétrica do Estado em 2020. A proposta desencadeou uma corrida tecnológica que já atraiu os investidores em capital de risco Peter Thiel e Vinod Khosla; fabricantes de baterias de grande escala, como a LG Chem; e potências já estabelecidas no mercado como General Electric GE.N e o fundador da Microsoft MSFT.O, Bill Gates.
Mas o movimento não é exclusivo da Califórnia. A Alemanha é uma pioneira do armazenamento, e nos Estados Unidos, fundos de estímulo apoiaram projetos em Nova York e no Texas.
Entretanto, a meta agressiva em renováveis do "Golden State" coloca pressão para avanço da tecnologia: visa armazenamento de até 1,3 gigawatts (GW) até 2020. Essa capacidade é suficiente para usinas tradicionais para abastecerem mais de um milhão de casas.
O analista da Lux Research, Steven Minnihan, disse que a proposta da Califórnia é a primeira legislação que terá um impacto imediato e duradouro no mercado de armazenamento de energia elétrica na rede, o que ele estima vá somar 10,4 bilhões de dólares em instalações em 2017 ante apenas 200 milhões dólares no ano passado.
Mas armazenamento é caro quando comparado com a construção de novas usinas a gás, e muitos projetos de armazenamento foram criados com a ajuda de fundos de estímulo que desde então desapareceram, o que significa que os clientes terão que arcar com grande parte dos custos. Há também os riscos de que as tecnologias de armazenamento não cumpram sua promessa.
Os defensores argumentam que os contribuintes serão beneficiados porque o armazenamento permite evitar a construção de usinas de energia ou de instalações de transmissão para atender a demanda de pico, simplesmente fornecendo energia extra por algumas horas por dia.
O armazenamento é visto como o "santo graal" da energia por causa da eficiência que traz para qualquer rede. Por exemplo, a Califórnia tem 51 gigawatts de capacidade de pico para lidar quando o calor aumenta a demanda por ar-condicionado, mesmo que apenas dois terços desse total seja necessário na maior parte do ano.
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