Política
Conselho dos EUA vê o Brasil como potência global
A informação abaixo é interessante porque espelha uma certeza de que o século XXI está em grande processo de transformação. Como já dizia a minha avó, o mundo está de cabeça para baixo.
No entanto, o que é mais triste é o pensamento colonizado da direita brasileira representada pelo PSDB, DEMO, PPS e aliados da mídia golpista e rentista.
Pior do que a direita, é uma direita subalterna aos interesses do capital transnacional.
Vamos ao texto: Conselho dos EUA vê o Brasil como potência global
Autor(es): Gustavo Chacra
O Estado de S. Paulo
Os Estados Unidos devem apoiar a inclusão do Brasil como membro permanente no Conselho de Segurança da ONU, eliminar a tarifa à importação do etanol brasileiro, suspender a obrigatoriedade do visto e tratar o País como uma potência global, e não apenas regional.
A avaliação é de um amplo estudo com o título EUA Devem Desenvolver uma Parceria Madura e Forte com o Brasil, realizado por uma força-tarefa de 30 especialistas americanos em diferentes áreas reunidos pelo Council on Foreign Relations (CFR), um dos mais importantes centros de estudos de política externa do mundo, com base em Nova York.
Conhecido pela enorme influência tanto no Departamento de Estado como na Casa Branca, o CFR busca, através desse estudo, fortalecer a importância do Brasil dentro do governo americano. Contendo algumas críticas tanto ao presidente Barack Obama como à secretária de Estado, Hillary Clinton, o estudo teve a participação de figuras ligadas aos Partidos Republicano e Democrata.
"A força-tarefa recomenda que a administração Obama apoie o Brasil como membro do Conselho de Segurança. Acreditamos que o Brasil, com esta cadeira, teria uma maior responsabilidade diante dos principais temas internacionais", afirma o estudo divulgado ontem pelo CFR. Ao visitar o Brasil em março passado, o presidente americano não apoiou a iniciativa brasileira, apesar de ter dado esse apoio, meses antes, à Índia, que também ambiciona integrar o órgão máximo das Nações Unidas.
Segundo o estudo, "um apoio formal dos Estados Unidos ao Brasil reduziria a suspeita dentro do governo brasileiro de que o compromisso americano de uma relação madura e entre iguais não passa de retórica". "Há pouco a perder e muito a ganhar com um apoio ao Brasil no CS neste momento", diz o texto.
Abstenções. No estudo, a força-tarefa empenha-se até mesmo em justificar o histórico de abstenções do Brasil nas votações da ONU - ou mesmo posições contrárias aos EUA, como nas resoluções que propunham sanções ao Irã, em 2010, ou que aprovavam a criação de uma zona de exclusão aérea na Líbia, há alguns meses. "Os brasileiros usam a abstenção como forma de expressar frustração diante da comunidade internacional ao censurar o Irã, mas não a Arábia Saudita", diz o texto.
Para o CFR, o Departamento de Estado deveria criar um escritório "apenas para assuntos brasileiros". Atualmente, o País está incluído na Subsecretária do Hemisfério Ocidental, que inclui a América Latina e o Canadá. O Conselho de Segurança Nacional também deveria ter um diretor para coordenar questões estratégicas com o governo brasileiro. "É do interesse dos EUA reconhecer o Brasil como um ator internacional, com uma influência global que deve continuar crescendo", acrescentam os formuladores da proposta.
O estudo chega até mesmo a pedir uma revisão das exigências para que o Brasil possa ser incluído no Visa Waiver Program. Este programa permite que cidadãos de 36 países entrem nos Estados Unidos por até 90 dias para negócios e turismo sem a necessidade de obter o visto em consulados. A maioria deles é europeia, além de algumas nações asiáticas e da Oceania, como o Japão e a Austrália. Nenhum país da América Latina está incluído. "Isso facilitaria o comércio entre os dois países e o Brasil, como medida de reciprocidade, deveria aplicar o mesmo aos americanos", afirmam.
Para completar, em um claro elogio ao Brasil, eles afirmam que "o crescimento resultou em uma significante redução da desigualdade, expansão da classe média e uma uma vibrante economia". "Tudo dentro do contexto democrático", diz o texto.
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