Crônica de sábado
Política

Crônica de sábado


Dia a dia
Walnize Carvalho
“Todo dia ela faz tudo sempre igual...
...sorriso pontual ...
... boca de hortelã ... “
Na FM, em baixo volume , Chico Buarque derramava estes versos.
A mulher pegou - os emprestado para si, com um sorriso irônico nos lábios.
E, de forma frenética, começou a tirar a louça do café, arrumar a mesa com a jarra florida , e mais ... e mais ...
-Tudo sempre igual! resmungou irritada.
Um pensamento relâmpago surgiu.
Pensou em atos rotineiros.
Veio - lhe à mente o balconista da lanchonete de um shopping.
Todos os dias – anos a fio – ele prepara pizzas rápidas e toca um sino a cada saída do forno , chamando a atenção dos frequentadores daquele lugar . Como ele, tantos personagens desfilam frente aos seus olhos diariamente, em suas caminhadas matinais.
Caminhada matinal... Também sua rotina.
Parou com os afazeres domésticos. Foi a janela. Debruçou-se no parapeito, distraída.
Avistou a idosa que apanhava sol na praça com a dama de companhia.
Pensou em tanta sequência de atos: a do presidiário; a do enfermo na cama de um hospital ; a do trabalhador ao sol ... “ todo dia “ !
Um prazer pela sua existência a fez trocar rápido a roupa e sair à rua.
Os versos musicais voltaram à lembrança:”Todo dia ela faz tudo sempre igual”.
-Tudo sempre igual? Balbuciou, aliviada.
Com gosto de liberdade aceitou mais um convite da manhã ensolarada.
Começou a caminhada.
E, como na melodia...beijou a vida “com a boca da paixão”.



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Walnize Carvalho  Levantei-me cedo.Ao invés de ficar sob os lençóis desfrutando de mais uma hora de sono - repito – levantei-me cedo. Em mente, planos de ocupar o dia faxinando armários, arrumando gavetas, arquivando papéis . Janelas...

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- Cronicando No Sábado
Café matinal Walnize Carvalho Levantei-me cedo. Ao invés de ficar sob os lençóis desfrutando de mais uma hora de sono - repito – levantei-me cedo. Em mente, planos de ocupar o dia faxinando armários, arrumando gavetas, arquivando papéis ....



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