Acabo de ter em mãos a mais recente edição do jornal"O Pappel"(leia-se Gervásio Cordeiro Filho) em que menciona a passagem de alguns editores do nosso "Sociedade"(Neto,Gustavo e eu) em noite memorável.Transcrevo neste sábado,a crônica que li na ocasião do encontro fraterno:
Bebericando sabedoria
Walnize Carvalho
Tinha acabado de chegar. Estava no banco da praça, que fica em frente ao meu apartamento, quando um senhor, pedindo licença (ainda há pessoas assim), tomou assento ao meu lado.
De imediato abriu o jornal e iniciou a sua leitura. De maneira natural passei a espiar por sobre os seus ombros as manchetes e trechos de matérias (quem nunca deu uma espiadinha em jornal alheio?).
Fiquei curiosa em ler o artigo do irreverente cartunista Jaguar. O título era: A volta do Boêmio (numa referência sem aspas ao bolero consagrado na voz do inesquecível Nelson Gonçalves).
O senhor-leitor, de forma educada, ofereceu parte do jornal e falou com um sorriso nos lábios: - Aposto que quer ver o horóscopo! Não conheço mulher que não goste de saber como será o seu dia... - concluiu.E eu, embaraçada, respondi que sim e passei a ler: “Virginiana, hoje a Lua em Virgem...”. Os olhos saltaram para a leitura que me interessava, ou seja: o texto de Jaguar.
Nele o articulista e autor de “Confesso que bebi” contava: “O boêmio voltou novamente. Depois de 90 dias a seco resolvi dar alta aos médicos...” E mais: “Andei fazendo umas contas durante os dias intermináveis de abstinência obrigatória: São 60 anos de birita, o que quer dizer 154 caminhões-pipa de 1000 litros cada”. E continuou: “Voltei ao alegre convívio do bar, meu segundo lar. Com os mesmos pés inchados, juntas enferrujadas, mas... sem deprê!”...
Agradeci e devolvi o jornal ao gentil senhor e corri para o apartamento “tonta” para escrever minha crônica.
Daqui em diante tentarei dosar as palavras para que elas não derramem e manchem a folha de papel.
Retorno ao trecho lido: “alegre convívio do bar” e me lembro de ter sorvido textos de consagrados escritores como: Aldir Blanc, João Ubaldo Ribeiro e do maior boêmio-cronista de todos os tempos: Antônio Maria.
Em suas crônicas eles relatam com mesmo grau de intensidade este prazer coletivo.
Não sou freqüentadora de bares, mas nem por isso esquivo-me de admirar a euforia-criança que invade os corações dos que por lá batem ponto.
A maioria dos seus fregueses são dotados de bom humor, sagacidade e espontaneidade (principalmente quando ainda estão sóbrios).
Sem apologia à bebida e sim ao encontro fraterno que há nestes recintos é que aproprio-me (com aspas) dos versos da canção que diz: “Mesa de bar é onde se toma um porre de felicidade/ Companheiros em pleno exercício de democracia”.
Tim! Tim!
Obs.:Já foi aqui publicada em 30 de janeiro de 2010
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