Eles têm uma vasta experiência e muitas histórias para contar, os idosos representam 12% da população brasileira, segundo a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada em setembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O país tem aproximadamente 23,5 milhões de pessoas acima de 60 anos. Mas o que preocupa as autoridades é que a violência contra eles e casos de maus tratos como os das duas idosas de Campos são cada vez mais frequentes. Eles reascendem uma dúvida, quem é a melhor pessoa para cuidar do ancião da família?
Segundo a Gerontóloga e coordenadora do curso de Cuidador de Idosos da Faculdade de Medicina de Campos, Giselle Cereja de Alencar, quem exercer essa profissão precisa apresentar sensibilidade.
“O objetivo é tornar a pessoa mais sensível ao ato de cuidar do outro, o gesto de ouvir e de falar. Os idosos gostam de ser ouvidos, e eles têm toda uma vida de experiência. O cuidador não substitui a família nunca, a responsabilidade é sempre da família. Ele vai conviver com os familiares do idoso, mas tem que entender que ele não é da família e sim o cuidador”, disse.
Atualmente 80 alunos integram a segunda turma deste curso que tem duração de três meses e forma profissionais aptos a exercerem a função. Para ingressar a pessoa precisa ter ensino fundamental completo. As disciplinas são aplicadas por enfermeiros, assistentes sociais e gerontólogos (especialistas no conhecimento do idoso).
“Seguimos o guia do cuidador de idosos do Ministério da Saúde são repassados os conhecimentos básicos de fisioterapia e primeiros socorros. As aulas práticas são realizadas no Hospital de longa permanência Manuel Cartucho”, explicou.
A gerontóloga ressalta que doenças ligadas à demência e o Alzheimer causam grande impacto a família, mas é preciso saber lidar com todas as questões que giram em torno do idoso. Até na hora de escolher um cuidador é preciso adotar algumas medidas.
“É difícil pontuar, mas a família deve fazer uma entrevista com o candidato, é fundamental perceber se ele apresenta sensibilidade e se vai saber oferecer carinho a este idoso. Se tem a qualidade de saber escutar e é fundamental que ele desenvolva ações de motivação e não só coloque o idoso sentado na frente da TV. Todas as atividades realizadas com o idoso devem ser feitas sem que ele se sinta infantilizado. Procurar referências e o histórico desse profissional é importante. Além dos cuidados com a higiene e ter boa índole”, ressaltou.Muitos idosos não abrem mão da independência de morar e fazer tudo sozinho, mas em determinado momento alguns acabam demonstrando sinais de que essa escolha não é a mais correta.
“Quando ele apresentar contensão de memória, estiver mais sensível a quedas, começam a esquecer o gás aceso ou a porta aberta, esses são alguns pontos que a família precisa ficar alerta. Eles também tem a pele mais sensível, e qualquer pancada faz com que ela fique ferida”, finalizou
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