DCM: IPTU prova como é duro agir pelos pobres
Paulo Nogueira, editor do Diário do Centro do Mundo, comenta a restrição judicial ao projeto de Fernando Haddad, que eleva o imposto nos bairros ricos e reduz nas periferias.
"Os moradores dos bairros mais “nobres” pagariam mais pela excelente razão de que podem mais. Mas quem tem voz não são as pessoas da periferia. São os privilegiados", diz ele
14 de Dezembro de 2013 às 09:34
247 - O jornalista Paulo Nogueira, editor do Diário do Centro do Mundo, fez uma interessante análise sobre a disputa judicial do IPTU, em São Paulo. O projeto do prefeito Fernando Haddad, que eleva o imposto em bairros nobres e reduz na periferia, foi barrado nos tribunais por iniciava da Fiesp, de Paulo Skaf, que pretende disputar o Palácio dos Bandeirantes. Segundo Nogueira, "é difícil fazer coisas para os pobres no Brasil". Leia sua análise:
O caso do IPTU de SP mostra como é duro fazer coisas pelos pobres no Brasil
É difícil fazer coisas para os pobres no Brasil.
O 1% não gosta. Não deixa.
Getúlio criou as leis trabalhistas. Impediu a exploração de menores pelas empresas. Estabeleceu férias. Tornou secreto o voto, o que acabou com a farra dos patrões que acompanhavam seus funcionários na cabine eleitoral para checar se eles escolhiam quem era para eles escolherem. Fora isso, GV estendeu o voto às mulheres.
Getúlio terminou morto.
Jango, como ministro do Trabalho de GV, no começo dos anos 1950, acabou com a prática segundo a qual greve era coisa de polícia. Obrigou as empresas a negociar com os sindicatos em caso de confronto.
Mais tarde, como presidente, criou o 13.o salário, tratado pelo Globo numa manchete antológica como um grave risco ao país.
Jango terminou deposto.
As coisas não mudaram tanto assim.
Veja, por exemplo, o “IPTU dos Pobres”, que Haddad vem tentando com imensas dificuldades emplacar em São Paulo.
Os moradores dos 25 bairros mais pobres de São Paulo pagariam menos IPTU. No Parque do Carmo, por exemplo, o imposto se reduziria em 12%.
Os moradores dos bairros mais “nobres” pagariam mais pela excelente razão de que podem mais.
Mas quem tem voz não são as pessoas da periferia. São os privilegiados.
(continue lendo no Diário do Centro do Mundo).
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