Elvino Bohn Gass (*)
Quando se contarem os votos na noite do próximo dia 31 de outubro, o heróico povo brasileiro terá dado um brado retumbante:
- Escolhemos Dilma Rousseff para ser a primeira mulher Presidenta da República!
Sim, aquele domingo entrará para a história como o dia em que o Brasil emancipou, de fato, suas mulheres. Elas, que hoje constituem a maioria da população e do eleitorado, só ganharam direito a voto, sem qualquer restrição, há poucas décadas. Pois eleger Dilma, para além de todos os demais enormes significados, marcará o fim de um ciclo tristemente marcado por arcaicas relações patriarcais.
Santa ironia! Pelas mãos de uma mulher, o Brasil vai acabar com a miséria absoluta, chaga maior herdada dos tantos anos de predomínio de uma elite mesquinha e, é preciso reconhecer, machista.
A escolha de Dilma não pode ser, portanto, mais adequada, mais segura e mais justa. Ela sempre fez muito por este país. Até seu corpo, torturado pelos covardes golpistas de 60, ela ofereceu em nome da liberdade e da democracia brasileiras. Quantos homens teriam esta coragem?
Muito mais do que uma vitória de gênero, a escolha de Dilma será a confirmação de que o povo brasileiro acertou quando enfrentou seus eternos patrões e elegeu Lula, o trabalhador metalúrgico. Sim, a grande verdade é que Lula fez valer a nossa coragem histórica. Com ele, a esperança venceu o medo. O mesmo medo que os velhos conservadores, agora representados pelo PSDB e seu candidato Serra, tentam, de novo, impor ao povo brasileiro. Mas graças a Lula, graças a Dilma, a verdade se impõe sobre a mentira. E olha que até à intolerância religiosa eles apelaram. Devem ter pensado que se nem o medo funcionou, só o ódio seria capaz de barrar “essa gente”.
Não passarão! O projeto de País que Dilma representa será bem sucedido porque está encharcado de igualdade. É um projeto que coloca as pessoas em primeiro lugar e, por isso, conduz o crescimento econômico em direção à dignidade humana.
É disso que se trata, afinal. De dignidade. E será o reconhecimento desta verdade – do respeito enfim conquistado – que levará o povo brasileiro a eleger, no próximo dia 31, a esperança no lugar do medo, a verdade no lugar da mentira, o amor no lugar do ódio. E Dilma no lugar que ela merece, a Presidência da República.
(*) Líder da bancada do PT na Assembleia Legislativa do RS / deputado federal eleito