A secretária de Estado etadunidense, Hillary Clinton, disse nesta sexta-feira que os Estados Unidos deveriam seguir o exemplo de países emergentes como o Brasil e a Índia, que colocam a economia no centro de sua política externa.
"Nós estamos atualizando as nossas prioridades em política externa para incluir a economia em todos os passos", disse a secretária, em uma palestra em Nova York.
"Potências emergentes como a Índia e o Brasil colocam a economia no centro de sua política externa. Quando seus líderes encaram um desafio internacional, assim como quando encaram um desafio doméstico, uma das primeiras perguntas que fazem é: Como isso vai afetar o nosso crescimento econômico?", disse Hillary.
Segundo a secretária, os Estados Unidos deveriam fazer a mesma pergunta.
"Não porque a resposta vai ditar cada uma das nossas escolhas na política externa. Não vai. Mas deve ser uma parte importante nesta equação", afirmou.
Crise
O discurso de Hillary foi feito em um momento em que cresce o temor de que os Estados Unidos mergulhem em uma nova recessão.
O país enfrenta níveis recordes de déficit e dívida pública e um ritmo de crescimento lento, considerado insuficiente para recuperar os empregos perdidos no auge da crise mundial.
Há cerca de dois anos a taxa de desemprego americana está ao redor de 9%, patamar considerado alto pelo próprio governo.
A situação é agravada pelo cenário externo, em um momento em que a crise nos países da zona do euro ameaça contagiar outros mercados.
A economia e o desemprego são considerados prioridades para os eleitores estadunidenses e vêm ganhando cada vez mais atenção na campanha para a eleição de 2012, na qual o presidente Barack Obama tentará conquistar um segundo mandato.
"A força econômica dos Estados Unidos e a nossa liderança global são um mesmo pacote", disse Hillary.
Segundo a secretária, os Estados Unidos precisam se preparar para liderar em um mundo no qual a segurança é definida tanto nos campos de batalha quanto nas salas de reunião e nas bolsas de valores.
"Potências emergentes como a Índia e o Brasil
colocam a economia no centro
de sua política externa."
Hillary Clinton, secretária de Estado estadunidense
Na semana em que o Senado aprovou um projeto de lei com o objetivo de aumentar a pressão para que a China valorize sua moeda, Hillary voltou a tocar no tema.
"A política cambial da China custa empregos estadunidenses, mas também custa empregos brasileiros, alemães", disse a secretária, repetindo uma crítica constante feita pelo governo americano ao parceiro asiático.
Os Estados Unidos acusam a China de manter sua moeda, o yuan, artificialmente desvalorizada, ganhando assim maior competitividade para suas exportações, que ficam mais baratas do que a de países que não recorrem à prática.
A proposta aprovada pelo Senado dá aos Estados Unidos o poder de impor tarifas maiores a produtos importados de países que subsidiam suas exportações ao manter suas moedas desvalorizadas, mas ela ainda não tem previsão de aprovação na Câmara.
No Estadão e BBC Brasil
Extraído do blog Saraiva
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