O Brasil sem Miséria é o país inteiro fazendo de fato a verdadeira faxina que precisa fazer, a faxina contra a pobreza extrema. A afirmação é da presidente Dilma Rousseff, que participou nesta quinta (18), em São Paulo (SP), da cerimônia de assinatura do termo de pactuação do Plano Brasil sem Miséria com os governadores do Sudeste.
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Dilma Sudeste
Brasil sem miséria
Durante a cerimônia, Dilma Rousseff defendeu que a melhor forma de o Brasil se proteger dos impactos da crise econômica mundial é combater a miséria. Segundo ela, adotando medidas de combate à pobreza o país se fortalece internamente e prepara-se para o enfrentamento de turbulências internacionais.
Dilma Rousseff afirmou que poderia parecer uma contradição ela estar na região Sudeste, a mais rica do país mais rico da América Latina e um dos mais promissores do mundo, dialogando sobre miséria. Entretanto, não é, lembrou a presidente, ao fazer referência aos 16,2 milhões de brasileiros que vivem com menos de R$ 70 por mês, 2,7 milhões deles localizados no Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
Na região Sudeste, 79% da população mais pobre vivem em áreas urbanas, motivo pelo qual o governo federal, em parceria com os estados e municípios, priorizou três frentes de atuação do Plano Brasil sem Miséria: localizar e cadastrar a população que ainda não recebe benefícios sociais; complementar o Bolsa Família e atuar na qualificação profissional e geração de emprego.
“A miséria continua sendo nosso principal problema e nosso maior desafio. Ter 16 milhões de brasileiros na miséria é uma característica do país inaceitável”, disse a presidente, ao lembrar que o fato de o país ter elevado à classe média, nos últimos anos, “uma Argentina”, torna urgente e obrigatório o desafio de acabar com a pobreza extrema.
O combate à miséria fortalece país contra crise
Dilma Rousseff fez referência à crise financeira internacional e frisou que o mundo vive hoje um momento de inquietudes e interrogações. No entanto – reiterou – o Brasil já demonstrou que o caminho seguro para enfrentar a crise financeira é combatendo “a crise mais crônica e permanente da história da humanidade, a miséria”. Na opinião de Dilma, a resposta brasileira ao mundo frente aos efeitos da crise é justamente investir no Plano Brasil sem Miséria, no PAC, no Minha Casa, Minha Vida, no Pronatec, no Ciência sem Fronteiras e no Brasil Maior.
Esforços plurais
A presidente assinou convênios com os governadores dos quatro estados: Antonio Anastasia (MG), Geraldo Alckmin (SP), Renato Casagrande (ES) e Sérgio Cabral (RJ). Eles se comprometeram a colaborar com a iniciativa federal, lançada em julho e voltada a atender cidadãos que têm renda mensal inferior a R$ 70.
Em São Paulo, o governo estadual e o governo federal vão integrar seus programa de renda mínima. Com um único cartão, famílias que se enquadrem nos critérios poderão receber benefícios do Bolsa Família e do Renda Cidadã (programa paulista).
O Renda Cidadã paga benefícios de até R$ 80 por mês a 161 mil famílias do estado de São Paulo. Segundo o governo paulista, com a parceria, 300 mil famílias passarão a receber algum tipo de auxílio. Ao todo, cerca de 1 milhão de pessoas serão beneficiadas.
“Ultrapassamos um período de disputas para unir esforço em prol dos que mais precisam”, disse o governador Geraldo Alckmin, ressaltando que a parceria entre os governos é um “marco” para o país.
Esse tipo de complementação já existe no Espírito Santo e no Rio de Janeiro. O governador fluminense, Sérgio Cabral, informou que o programa de renda mínima do estado vai beneficiar até o fim deste ano cerca de 300 mil famílias. “Os estados devem assumir o protagonismo que lhes cabe no combate à extrema pobreza”, disse ele.
Educação e alimentos
O Plano Brasil sem Miséria, no Sudeste, prevê ainda a expansão da rede de ensino técnico, além da instalação de unidades básicas de saúde e centros de assistência social. Prevê também medidas de incentivo à agricultura familiar na região.
Nesta quinta-feira, a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, assinou acordo com representantes da Associação Brasileira dos Supermercados (Abras) dos quatro estados do Sudeste para a compra de produtos de agricultores familiares.
“O Brasil sem Miséria é compromisso do governo, mas é também da sociedade”, afirmou a ministra, em discurso. “Os empresários estão atendendo ao nosso chamamento”
Campello também assinou acordo com a Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) para que auxiliem no cadastro de famílias no Brasil sem Miséria. “Das 800 mil famílias que ainda devem ser incluídas no Bolsa Família, metade está no Sudeste”, explicou. “Vamos juntar forças e integrar todas essas famílias.”
“Nós brasileiros não temos dúvidas para onde caminhar e o Brasil sem Miséria é mais um passo nesse vigoroso caminho (…). O Brasil sem Miséria Brasil já começa como sendo um plano vencedor, um grande pacto republicano e pluripartidário, capaz de transformar a realidade social em que vivemos”, defendeu.
Fonte: Agências
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