Setores ligados à Igreja Católica, foi preparado todo um aparato para a visita da candidata à Belo Horizonte nesta quinta-feira (7). Um dos destaques do evento de campanha, realizado na capela do Mercado Central da capital mineira, foi a presença de representantes de quatro congregações no local.
Grupos ligados à Igreja Católica produziram um manifesto de apoio à candidatura de Dilma. Segundo o seminarista João Campestre, a candidata do presidente Lula tem se comprometimento com a vida "em todos os sentidos" e não representa, segundo ele, uma ameaça a mudanças na legislação que rege a proibição do aborto no Brasil.
Postados em frente à capela do Mercado Central, onde uma tumultuada entrevista foi realizada depois de muito empurra-empurra, eles defendiam a concorrente e faziam questão de destacar que ela "não levaria esse assunto adiante". Para Campestre, conhecendo as propostas do governo Lula, não resta dúvida de que Dilma não fará concessões à atual legislação. No entanto, questionado se o manifesto teria condicionantes para oficializar o apoio, ele titubeou e disse que não falaria sobre o assunto enquanto não houvesse consenso sobre essa questão.
O aparato montado em torno da visita foi um retrato do que está sendo este início de segundo turno. Dilma, que foi acusada na reta final do primeiro turno de defender a prática do aborto, tenta descolar essa imagem da sua candidatura. A maior preocupação da campanha petista é de que o boato se espalhe e se transforme numa marca desta segunda etapa. Além disso, está em jogo o apoio da senadora Marina Silva (PV), terceira colocada na corrida presidencial, dona de 20 milhões de votos e de posição contrária à prática.
Dilma ainda negou que vá mudar algum ponto do seu programa de governo em função da discussão de questões morais e religiosas. "Não há nenhuma alteração no programa de governo, porque não tem nada sobre aborto no meu programa de governo".
"Dilmasia"
Num dos momentos em que o tema fugiu da temática moral-religiosa, a candidata afirmou que está em busca, neste segundo turno, do voto de "todos os mineiros". Inclusive os do chamado movimento "Dilmasia", afirmou, em referência a um tipo de voto casado que se concretizou em Minas em 2010: em Dilma, do PT, e em Antonio Anastasia, do PSDB,