O governador do Acre, Binho Marques (PT), melhor amigo da senadora Marina Silva (sem partido-AC), disse que não pretende votar na ex-ministra do Meio Ambiente caso ela decida se tornar candidata a presidente da República pelo Partido Verde.
- Vou votar no candidato do PT. Essa é a minha posição, só que sofrendo muito. Eu adoro a Marina. Marina é uma paixão. Todos nós gostamos da Marina. Mas quando a gente pensa em projeto de poder, em projeto político, não é só pessoa - disse sem mencionar o nome da ministra da Casa Civil Dilma Roussef, pré-candidata do PT à Presidência da República.
Binho Marques conheceu Marina Silva, em 1977, quando eram adolescentes. Filho de uma família de classe média, estimulou a ex-seringueira nos estudos comprando livros e pagando a inscrição dela no vestibular da Universidade Federal do Acre. Ambos cursaram história e militaram como membros do clandestino Partido Revolucionário Comunista (PRC).
- Tenho uma disciplina partidária séria. Minha origem é num partido comunista. Estou no PT porque discordo do desenho de partido comunista. O PT é quase uma frente de tão democrático. Só chegamos até aqui porque foi o PT que nos trouxe até aqui - assinalou.
Marques disse que prefere continuar lutando pelos objetivos de Marina Silva dentro do PT.
- Essa é a nossa primeira divergência em 30 anos. O que a Marina quer é o que nós queremos, não tem a menor diferença. Talvez o que tenha de diferença seja o caminho para chegar lá.
O governador, o senador Tião Viana (PT-AC) e o ex-governador do Acre Jorge Viana conversaram na semana passada com o presidente Lula, em Brasília, quando Marina Silva ainda não havia decidido sair do PT.
- O que ele [Lula] falou é que respeitava a decisão dela e não faria nada que pudesse dificultar os objetivos da Marina. Eu não via ânimo nela em ser candidata à reeleição e falei que me parecia inversível a decisão dela de não concorrer ao Senado e de sair do PT.