Markus Sokol (Corrente O TRABALHO): "Viemos aqui porque tínhamos um grito preso na garganta. Já são quatro longos meses, o partido sendo atacado, a militância desmoralizada na campanha, e a direção, é preciso dizer, preferiu adiar a reação.
Mas começou. Tem razão a nota da CEN quando denuncia o julgamento político – enumera as extrapolações e violações – e chama à defesa do PT.
Por que esse ataque e por que agora?
Sabemos o pano de fundo. O mundo capitalista está em crise crescente. Eles precisam retomar o poder em mãos e, em posição completamente subordinada, se puderem, amarrar as organizações populares domesticadas.
Era inevitável?
Sim, alianças são necessárias para realizar as aspirações populares no governo, mas com partidos afins, como o PCdoB, e setores populares de outros partidos (PSB, PDT…) dispostos a marchar conosco. Mas o caminho escolhido foi a coalizão com partidos que estão aí para qualquer maioria. E agora, nesse ataque ao PT, a coalizão cobra seu preço! Por fim, são os filiados do PT que devem avaliar os erros dos seus dirigentes.
Mas o STF quer condenar o que seria uma exceção, o PT, para assim salvar a regra do sistema.
Hoje viemos aqui defender o PT contra a sanha condenatória do STF. Viemos aqui por que não acatamos, temos o direito de não acatar e contestar esta violência contra a democracia.
Por isso, um editorial do Estadão esta semana me acusou de golpista. Logo ele, que apoiou o golpe de Estado de 64!
A hora é da mais ampla unidade no interior do PT em defesa do partido fundado pela 'vontade de independência política dos trabalhadores, já cansados de servir de massa de manobra para partidos e políticos comprometidos com a atual ordem econômica, social e política'."