Política
Lembrando...
Glauber Rocha,transcrevo:
Obra de Glauber Rocha continua marcante, 30 anos após sua morte
Por
André Dib
Diario de Pernambuco
Há 30 anos, a cultura brasileira perdia um de seus mais inflamados defensores. Autor de uma obra que conciliou arte e política, Glauber Rocha morreu em 22 de agosto de 1981, mesma época em que a ditadura militar, “o dragão da maldade” que tanto perseguiu seus filmes, dava os últimos suspiros.
Missivista compulsivo, tornou-se o principal articulador do Cinema Novo, movimento que rompeu com as chanchadas da Atlântida para se aproximar da vanguarda europeia. Em 1970, decepcionado com os caminhos do país e de alguns companheiros de cinema, ele mesmo se encarregou de sentenciar o fim do movimento.
Montador de Terra em transe, O dragão da maldade contra o santo guerreiro, O leão de sete cabeças e Cabeças cortadas, Eduardo Escorel diz que a duração quase instantânea do Cinema Novo teve razões históricas e de caráter utópico. “Houve um estardalhaço, fruto de uma militância cultural que talvez dê a impressão errada em termos de alcance e repercussão. No Brasil, havia muita oposição a esses filmes. Alguns até chegaram ao circuito de cinema, mas com resultados muito precários”.
Escorel acredita que, três décadas após a morte de Glauber, ele esteja passando por um ciclo de esquecimento. “Possívelmente, em algum momento haverá uma revisão e até a revalorização de alguns filmes dele. Mas o que percebo agora é um desconhecimento de sua obra, inclusive entre estudantes de cinema”.
O professor e crítico Alexandre Figueiroa explica que o cineasta baiano pagou um preço por ser à frente do tempo. “O cinema de vanguarda tem aceitação da crítica mas chega com dificuldade ao público. É o espaço do experimento, onde acontece as grandes mudanças. O Cinema Novo queria quebrar o monopólio e gerar bilheteria, mas se perdeu em certa radicalidade. Até hoje ele encontra dificuldade em ser compreendido”
Mesmo assim, a obra de Glauber irradia influência em realizadores contemporâneos. Um deles é Camilo Cavalcante, cuja produtora, Aurora Cinema, traz na logomarca o Sol estilizado da arte de Deus e diabo na terra do Sol. “É impossível pensar em filmes no Sertão sem se remeter a Glauber. Inconscientemente, ele faz parte da forma como procuro tratar desse universo. Inconscientemente, no processo criativo ele está sempre pairando”.
Para Felipe Peres Calheiros, Glauber Rocha é marcante “principalmente para quem faz cinema preocupado em discutir poder e as chagas sociais”. “Não há como falar da crueza como esse país se organiza socialmente sem de alguma forma beber de alguma referência que passe pelo Cinema Novo”.
Camilo acredita que, sem Glauber, o cinema perdeu em criticidade. “Ele contestava, causava polêmica. Acho que hoje em dia está faltando um pouco disso, tudo virou uma pasmaceira, um olhar para o próprio umbigo”.
loading...
-
Os Normais 2: Uma Decepção
Sou um fã do casal Rui e Vani e de seus intérpretes, Luis Fernando Guimarães e Fernandinha Torres. Adorava o programa na TV e curti muito o primeiro filme no cinema. Ontem então, depois de muitas idas canceladas ao cinema, liguei para a "patroa" e...
-
Cineclube Sesc
Com a proposta de tornar-se um centro de exibição de filmes brasileiros, a unidade do SESC de Campos dos Goytacazes estabeleceu uma importante parceria com a Programadora Brasil. A Programadora Brasil é um programa da Secretaria do Audiovisual...
-
Conexão Francesa - Ruy Castro
Folha de sp - 11/07 RIO DE JANEIRO - A atriz Anna Karina está chegando ao Brasil para um festival de cinema em Brasília. Em outros tempos, 1965, 1966, a notícia de sua presença em espaço aéreo brasileiro bastaria para acelerar os corações...
-
O Avesso Do Avesso - Nelson Motta
O Globo - 06/05/2011 Está bombando no YouTube e provocando acessos de gargalhadas e deboches um filme de sete minutos em preto e branco com o prosaico título de "Maranhão 66". Aparentemente é um documentário sobre a posse de José Sarney...
-
Diogo Mainardi O Pigmeu De Pyangyong E O Gigante Maranhense
VEJA ON LINE -Podcast Kim Jong-Il, apresento-lhe José Sarney. José Sarney, apresento-lhe Kim Jong-Il. Se Arnaldo Carrilho, o embaixador brasileiro na Coreia do Norte, cumprir...
Política