Política
Lucros e Gestores
Há ainda quem tenha dúvidas sobre o facto da "crise que imediatamente foi instalada pelo
discurso da tanga, a seguir à entrada em funções do Governo Barroso, não ter sido uma crise deliberadamente provocada.
BCP atinge lucro recorde de 753,5 milhões em 2005O Millennium BCP aumentou os lucros, no ano passado, em 24,2%, para 753,5 milhões de euros, o valor mais elevado de sempre. O banco que "apareceu do nada" após a falência do Banco do Vaticano e depois de 4 visitas do Papa a Portugal,
pretende ser o maior grupo financeiro portuguêsAlgo de estranho de passa!Luís Gil
"Segundo notícias muito recentes, os cinco maiores bancos portugueses somaram, em 2005, lucros líquidos que ascederam a 1,4 por cento do PIB nacional! Quanto ao crescimento dos lucros (2005 em relação a 2004) nesta actividade só o Santander/Totta teve um crescimento dos resultados em 243 por cento e a CGD de 133 por cento, seguindo-se o BES, que aumentou os seus lucros em 85 por cento e o BPI em 57 por cento.
E não são só os bancos; a EDP teve um crescimento dos lucros de 30 por cent. Isto poderia levar a concluir que a actividade económica estaria em alta. Não se consegue assim perceber porque é que o país não avança e o Estado está em ruptura. Ainda para mais, uma parte dos gestores dessas entidades já foi membro dos sucessivos governos ou a eles estive de algum modo ligada. Assim sendo,não se compreende como é que gestores que conseguem estes resultados, quando se trata de gerir os bens públicos, não têm a mesma eficácia. Algo de estranho de passa!"
Inferem-se daqui algumas verdades, cada vez mais evidentes:
- por detrás da Economia, que devia ser uma Ciência Social e não um jogo de apostas financeiras, ocultam-se grandes grupos Financeiros.
- a essência do Neoliberalismo consiste em que esses grupos acedam ao Poder e as suas teses prevaleçam sobre o Poder Politico
- foi por acção e ao serviço destes grupos que o governo de Durão Barroso decretou a “crise”e começou de imediato a desmantelar o Estado Social, contrário aos seus interesses, na medida em que impediam a expansão dos seus negócios para as áreas da saúde, segurança social, educação, serviços públicos, e sectores chave na área da energia, telecomunicações, etc, tradicionalmente nas mãos do Estado.
- a tentativa de recuperação dos Investimentos em curso só acontecerá porque esses grupos (transnacionais) esperam ter aqui mais lucros do que noutro lado qualquer.
- É uma mentira, fazer crer que o Capital gerando mais Capital "cria" riqueza. Em ultima instância só o Trabalho produz riqueza, a que se pode acrescentar valor com a indexação de Serviços. O capitalismo cobrando juros à cabeça é uma invenção dos usurários judeus.
- o Código Laboral de Bagão Félix, que institui a precarização dos trabalhadores não foi alterado, muito menos revogado, pelos governos seguintes.
- o que sobra disto tudo é uma ilusão de Crescimento, um falso crescimento, na medida em que a grande concentração de capitais não é de todos. Esse volume de Dinheiro existe mas é riqueza concentrada apenas nas mãos de uns poucos.
- as pessoas olham o mundo a partir do seu posto de trabalho. Face ao emprego e à globalização, o que vêem hoje?
- Carvalho da Silva notava o chavão empregue pelos tecnocratas: “o mercado sente melhorias” – o mercado não sente nada. Quem sente são as Pessoas.
E o que é que nós sentimos? - sentimos que cada vez mais estamos a ser espoliados, e que os nossos impostos que pagamos debaixo de pressões cada vez mais diabólicas - estão a servir para sustentar um enorme monstro, uma autêntica Tríade de 3 cabeças: os Politicos corruptos ao serviço de interesses pessoais ou dos grupos a que pertencem, a Padralhada acoitada à sombra do orçamento do Estado, e as Guerras do Império de que o país é fiel contribuinte.
Hoje, como Ontem, os três pilares da Sociedade continuam a ser, como sempre, o General, o Padre e o Banqueiro, secretariados pelas suas cortes de serventuários.
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"O fracasso (…) dos discípulos de Marx em construir uma concepção alternativa de riqueza é equivalente à subserviência para com a concepção de riqueza (do capitalismo). A ausência de um
conceito de classe alternativo de riqueza permite a conclusão de que a riqueza emerge apenas através do capital. Permitir a hegemonia não questionada do conceito unilateral de riqueza é equivalente ao abandono da luta teórica".
Michael Leibowitz, “One sided-marxism” in “Beyond Capital”, 2004
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