Estava voando para São Paulo e perdi o magistral desempenho do presidente da República que falou no Rio sobre a crise econômica que atinge o mundo - e que ele um dia chamou de "marolinha".
Como conta Maiá Menezes em O Globo, "usando uma metáfora em que comparou a relação entre a sociedade e a crise à de um médico com seu paciente, Lula afirmou que, tendo um médico, o aconselhável é ele dizer que vai recuperar o paciente.
- Ou você diria ao paciente 'sifu'? Se você chega dizendo a gravidade da doença, você acaba matando o paciente.
O Jornal Nacional qualificou de "extravagante" a expressão usada por Lula. Foi generoso com ele.
"Sifu" ("se fudeu") pode ser uma expressão corrente entre os que falam palavrões sem se chocar e que não se preocupam se eles chocam os outros.
Mas não é uma expressão que caiba bem em um pronunciamento público de qualquer autoridade - menos ainda se essa autoridade for o presidente da República.
Quem convive com Lula sabe que ele fala palavrões com frequência. Palavrão funciona para ele quase como uma vírgula em meio a uma frase.
Mas creio que essa foi a primeira vez que diante de uma platéia, em evento coberto fartamente pela mídia, ele usou um palavrão.
É desejável que tenha sido a última e que ele peça desculpas por isso. Do contrário, recomenda-se que tirem as crianças da sala sempre que Lula aparecer na tv.
O "sifu" ficará para Lula como o "aquilo roxo" ficou para o ex-presidente Fernando Collor. Não por isso, mas Collor "sifu".