Maconha
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Maconha


A maconha, marijuana ou suruma (em Moçambique[1]) é uma droga entorpecente produzida a partir das plantas da espécie Cannabis sativa. A substância psicoativa presente na maconha e no haxixe é o delta-9-tetrahidrocanabinol (THC), cuja concentração média é de até 8%, mas algumas variedades de maconha (cruzamentos entre a espécie Cannabis sativa e a Cannabis indica) comumente conhecidas como skunk ("cangambá", em inglês) produzem recordes na marca de 33% de THC.

Nomes populares
Baseado (português brasileiro) ou charro (português europeu) é o nome popular dado ao cigarro feito com a maconha. É geralmente confeccionado a partir de papéis a base de arroz, mas também pode ser feito a partir de guardanapos, sacos de pão, papel-seda e outros materiais. Segundo especialistas, um cigarro de maconha equivale ao fumo de cinco cigarros normais.[2]
O baseado também é popularmente conhecido no Brasil como beck[3], beise ou ret (uma corruptela da palavra francesa cigarette); como fino ou perninha-de-grilo, quando contém pouca quantidade de maconha; ou como bomba, vela ou tora, quanto contém muita. Quando a quantidade é muito extravagante é chamado de trave ou cone, se a abertura for maior. Já as designações portuguesas variam: ganza, canhão ou broca sendo as mais vulgares.
Existem também certas misturas com outros tipos de drogas, que ganharam nomes populares como freebase(maconha com cocaína) e mesclado[4] ou cabralzinho (maconha com crack).

Definição
Maconha é o nome popular de um grupo de plantas de origem asiática, cujo nome científico é Cannabis. Há três espécies de Cannabis: a Cannabis sativa, a Cannabis indica e a Cannabis ruderalis. Elas diferem tanto no porte como no formato das folhas, configuração do tronco e na concentração de THC (ao qual se deve os efeitos mais característicos da maconha). As três espécies o contêm (e os climas em que são cultivadas podem alterar a quantidade e a potência das substâncias ativas que produzem). Sabe-se que as plantas de maconha podem ser femininas (só produzem flores femininas), masculinas (só produzem flores com órgãos masculinos) ou hermafrodita (plantas que produzem flores de ambos os sexos). As plantas femininas possuem maior concentração de THC.
A espécie de Cannabis mais cultivada para uso psicotrópico nas Américas é a Cannabis sativa. Há também o skunk, cruzamento da Cannabis indica com a Cannabis sativa que resulta numa planta com a concentração de THC até 10 vezes maior, dependendo do clima, da terra e das condições gerais de onde esta sendo cultivado.

História
É de longa data as origens da maconha. Os registros na Farmacopéia Chinesa são de 2723 a.C, quando foi citada pela primeira vez. O pai da taxonomia moderna Carolus Linnaeus foi o primeiro a classificá-la, sob o nome de Cannabis sativa, no ano de 1753. Chegou na Europa por volta dos séculos XVIII e começo do XIX.
O Brasil possui documentos que provam que a maconha foi introduzida por volta do final do século XVIII, na época das Capitanias Hereditárias. Era utilizada principalmente na produção de fibras.

Proibição
A comercialização da planta foi proibida nos Estados Unidos por volta de 1930; o país também efetuou uma forte propaganda em torno do assunto, o pivô do movimento sendo o político Harry Jacob Anslinger. As motivações de Anslinger bem como a veracidade científica das informações veiculadas na época (algumas ainda circulando nos dias de hoje) permanecem muito controversas.
Foi proibida no Brasil primeiramente em Grajaú, em 1938. Até então costumava ser vendida em farmácias sob o nome de "cigarros índios" (devido a ser uma planta originária da Índia) ou "cigarro da paz" , que eram indicados para curar os sintomas da asma e para insônia.
Em 1960 a ONU recomendou a proibição da Maconha em todo o mundo.

Legalização e status legal

Brasil
A campanha pela legalização da Maconha ganhou força a partir dos anos 80 e 90, notadamente apoiada por artistas e políticos liberais. No Brasil, é uma das bandeiras do político Fernando Gabeira, que tentou implementar o cultivo do cânhamo para fins industriais.
No Brasil, não existe mais a pena de prisão ou reclusão para o consumo, armazenamento ou posse de pequena quantidade de drogas para uso pessoal, inclusive maconha. Também não há pena de prisão para quem "para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância" capaz de causar dependência (inclusive a cannabis sativa). O artigo 28 da lei nº 11.343/2006[5], de 23 de Agosto de 2006 prevê novas penas para os usuários de drogas. As penas previstas são:
- Advertência sobre os efeitos das drogas;
- Prestação de serviços à comunidade ou
- Medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.
A mesma lei (artigo 28, § 2º) estabelece o critério para o juiz avaliar se uma quantidade se destina ao consumo ou não. O juiz deve considerar os seguintes fatores: o tipo de droga (natureza), a quantidade apreendida, o local e as condições envolvidas na apreensão, as circunstâncias pessoais e sociais, a conduta e os antecedentes do usuário[6]. Apesar do critério ser subjetivo e depender da interpretação do juiz, não há dúvida de que um ou dois cigarros de maconha, por exemplo, representam uma quantidade destinada ao consumo pessoal.

Outros países
Hoje em dia a maconha é descriminalizada em alguns países, como os Países Baixos ou o Canadá, neste último apenas para uso medicinal[7], pois adotam políticas de tolerância em relação aos usuários, os quais não são presos. Além desses, outros países apoiam o seu uso medicinal, tendo em vista os efeitos terapêuticos da planta.
O uso da maconha é popular na Jamaica, onde é conhecida como "ganja". Apesar de ser ilegal a sua venda, certas seitas como a dos rastafáris atribuem a ela poderes divinos.[8]

Uso medicinal
A Cannabis sativa também pode ser usada com fins medicinais como agente antiemético, estimulador de apetite, podendo ser usada em casos de Alzheimer, câncer terminal e HIV no aumento de peso [9], auxiliar contra espasmos musculares e movimentos desordenados, sendo útil também em casos de glaucoma. Em doses mais altas ela auxilia pessoas no tratamento de doenças como doença de Parkinson, esclerose múltipla, traumatismo raquimedular, câncer, desnutrição, AIDS ou com qualquer outra condição clínica associada a um quadro importante de dor crônica.
Atualmente, em alguns países a maconha é legalizada, unicamente para fins medicinais. Para lazer, somente na Holanda, Belgica, Suíça e Canadá.

Formas de consumo
A maconha pode ser consumida através de:
- Fumo, sob a forma de baseados (cigarros).
- Inalada, como cigarro ou com algum dispositivo, tal como cachimbo ou narguilé , bong.
- Ingerida: por exemplo como ingrediente de bolos e doces ("bolonha", "space-cake", "brigahemp", etc.) ou bebida (Green dragon).

Efeitos
Há várias pesquisas realizadas que concluem ser a maconha uma droga que provoca dependência, entretanto menos que o tabaco ou o álcool. Em alguns círculos usa-se o termo "dependência psicológica", mas a medicina, na classificação internacional das doenças não faz distinção entre dependência química ou psicológica, ou seja, a maconha é apontada como droga que pode levar a dependência.
O uso da maconha é associado a variações hormonais (diminuição da testosterona em homens e, estrogênio e progesterona em mulheres); além disso pode causar dificuldades de memória, coordenação motora e raciocínio. Na saúde mental algumas vezes é citada como um gatilho para a esquizofrenia[10] . Alguns estudos associam o uso prolongado da maconha com o desenvolvimento de cânceres pois sua fumaça possui de 50% a 70% a mais de hidrocarbonos cancerígenos que o tabaco. Os cânceres mais citados em estudos são os que afetam o respiratório[11] e o sistema reprodutor[12].

Psicoatividade da Cannabis
Farmacologicamente, a atividade da maconha é desempenhada pelos canabinóides (classe de compostos que contém 21 átomos de carbono). O delta9-tetrahidrocanabinol é o elemento de maior psicoatividade. Outros canabinóides de menor importância também podem ser citados: o deta8-tetrahidrocanabinol, delta9-tetrahidrocanabivarin e o canabinol (CBN).

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