Mais quinze anos de vida boa
Política

Mais quinze anos de vida boa


Especial Longevidade e Juventude Estilo de vida
Como ganhar mais
15 anos de (boa) vida

É simples: basta persistir na manutenção dos
bons hábitos – e desde cedo. A conta foi feita
por médicos ingleses, com uma contribuição
de especialistas brasileiros


Naiara Magalhães

Goodshoot/Image Plus/Royalty Free

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Nesta reportagem

Quadro: A lista dos 5 comportamentos saudáveis

A longevidade feliz depende muito mais do modo como levamos o nosso dia-a-dia do que de nossa herança genética. Hoje se sabe que, na equação de uma existência duradoura e saudável, 75% cabem ao estilo de vida. Os outros 25% são determinados pelos genes. Mas quantos anos a mais os hábitos saudáveis podem nos render? A resposta a essa pergunta foi publicada recentemente na revista científica PLoS Medicine. Entre 1993 e 2006, médicos da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, acompanharam 20.244 moradores da cidade de Norfolk – homens e mulheres entre 45 e 79 anos. Ao cotejarem as informações sobre a rotina dos voluntários com a incidência de mortes entre eles, os pesquisadores constataram: alimentar-se de forma equilibrada, não fumar, fazer atividade física regularmente e beber com moderação aumenta a expectativa de vida em catorze anos. Por outro lado, uma rotina desregrada quadruplica o risco de morte por câncer e problemas cardíacos. Esta página e as seguintes trazem os quatro comportamentos investigados pelos pesquisadores de Cambridge. À lista, especialistas consultados por VEJA acrescentaram a prática de atividades prazerosas que ajudem a enfrentar o stress. O bom humor e as emoções positivas podem alongar a vida em pelo menos um ano e meio, afirmam eles. Tudo somado, o ganho é de quinze anos e meio.

O modo como chegamos à velhice é, enfim, resultado da forma como atravessamos a juventude. "A questão não é se a genética levou o indivíduo a desenvolver doenças como osteoporose ou colesterol alto depois dos 50 anos – isso é parte do processo de envelhecimento e nada podemos fazer para alterar os genes", diz o médico Wilson Jacob Filho, diretor do Serviço de Geriatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. "A diferença está nas decisões que tomamos ao longo do tempo que podem retardar ou até evitar os efeitos da genética." Quanto mais cedo passarmos a nos cuidar, melhor. Os "saudáveis de última hora" estarão sempre em desvantagem em relação a quem resolveu cultivar bons hábitos ainda na mocidade. Mas isso não é motivo para desânimo. Nunca é tarde para começar. Como dizia a atriz americana Mae West (1893-1980): "Nunca somos velhos demais para ficar mais jovens".



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