Política
Meias soluções - CELSO MING
O Estado de S.Paulo - 11/07O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (foto), está anunciando a iminência de aumento dos atuais 20% para 25% da participação de álcool anidro na mistura com a gasolina. Acena, também, com a redução da alíquota do PIS-Cofins, hoje de 9,35%, a fim de estimular o setor.São paliativos que não vão fundo nos problemas que bloqueiam toda a área de combustíveis - não só a do álcool - e indicam falta de rumo do governo também nas políticas setoriais.A ideia de elevar o teor de álcool anidro na mistura com a gasolina é consequência do forte aumento do consumo de combustíveis, sobretudo de gasolina, o que obriga a Petrobrás a recorrer cada vez mais às importações a preços superiores aos que os que podem ser cobrados nas vendas internas.Até agora, sempre que o governo alterou o volume de álcool na mistura carburante, tratou de resolver problemas no abastecimento de álcool. Desta vez, o objetivo aparente é diminuir a necessidade de importações de gasolina. O momento é de auge da safra da cana-de-açúcar no Centro-Sul. Não há, no momento, excesso de oferta de etanol. A decisão já anunciada pelo ministro Lobão tanto é insuficiente para suprir a falta de gasolina quanto tem tudo para criar novos problemas no abastecimento futuro de álcool.Da proposta de redução das alíquotas do PIS-Cofins, sem a revogação da atual política populista para todo o setor, também não se pode esperar muito. Sempre que houve essa redução, seu impacto no setor foi periférico. E não há razões para que, também desta vez, seja diferente.A produção de álcool deste ano na Região Centro-Sul está cerca de 25% mais baixa do que a de 2011. A principal causa desse desempenho ruim é a política de preços dos combustíveis, que já dura nove anos. Para evitar um avanço da inflação, o governo vem achatando os preços dos derivados de petróleo. Como tem hoje capacidade de optar entre gasolina e álcool, sempre que os preços do álcool tendem a superar os 70% dos da gasolina, o consumidor decide-se por abastecer seu carro com gasolina. Isso significa que a compressão dos preços da gasolina no varejo implica compressão dos preços também do álcool. E, como os custos do setor avançam mais rapidamente do que o faturamento, o retorno do negócio sucroalcooleiro está cada vez mais insatisfatório. É o que explica o relativo abandono dos canaviais e a perda da produtividade do setor.O álcool anidro, que vai na mistura com a gasolina, não passa de 40% da produção total do produto. Um aumento de 20% para 25% no composto não deve economizar mais do que 2% no consumo de gasolina.Em contrapartida, o aumento de 5 pontos porcentuais da participação de álcool na mistura pode criar novo déficit na oferta do produto na virada do ano, quando da entressafra do setor.O consumo de combustíveis está desbalanceado porque a política do governo federal impõe o pagamento de um pedaço da conta do consumidor pela Petrobrás. Enquanto esse problema não for resolvido, não será apenas o caixa da Petrobrás que estará sendo sangrado. Todo o setor do etanol, há alguns anos tão promissor, continuará sendo desestimulado.É mais uma área em que o governo não sabe o que quer. Nem a Petrobrás vem dando conta das suas metas nem se garantem condições mínimas para a retomada do setor do açúcar e álcool.
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Engasgado No álcool Celso Ming
O Estado de S. Paulo - 01/09/2011
A decisão do governo de reduzir de 25% para 20% o teor do álcool anidro na mistura com a gasolina não passa de paliativo. É um jeito de passar o recado de que se está fazendo alguma coisa.
O setor do açúcar...
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