Política
Meio cheio ou meio vazio? - CELSO MING
O Estado de S.Paulo - 30\10Depois de amargar prejuízos de R$ 1,3 bilhão no segundo trimestre deste ano, a Petrobrás apresentou no período seguinte lucros insatisfatórios, de R$ 5,6 bilhões - 12,1% mais baixos do que no terceiro trimestre de 2011.A diretoria tentou dar ao resultado o tratamento de "copo meio cheio", o de que os problemas vão sendo superados. Mas os analistas entendem que o desempenho da Petrobrás continua decepcionante e, por isso, preferem ver a situação como de "copo meio vazio".A partir da recomposição da diretoria em abril deste ano, esperava-se a correção dos problemas. A presidente, Graça Foster, determinou a remoção de importantes esqueletos dos armários, especialmente o reconhecimento de 41 poços secos ou subcomerciais cujos custos foram definitivamente lançados como despesas sem retorno, não como investimento. A partir daí, Graça se pôs em campanha destinada a recuperar a confiança na empresa. Ela própria sugeria que o prejuízo do segundo trimestre havia sido um ponto fora da curva e convidava o investidor a voltar a apostar suas fichas na empresa.Os resultados do terceiro trimestre foram medíocres por velhas e novas razões. A produção de petróleo na Bacia de Campos está em flagrante declínio. O novo diretor de produção, José Miranda Formigli, reconhece "problemas de ineficiência", embora pondere que esteja trabalhando para revertê-los.Entre as razões da queda da produção de 4,4%, em setembro ante agosto - a pior desde abril de 2008 -, aponta para "paralisações além do previsto", que atribui a más condições meteorológicas na execução de serviços de manutenção das plataformas P-53 e P-57 - como se imponderáveis tivessem de ser desconsiderados das equações de governança.Além dos aumentos de custos, o diretor Financeiro, Almir Barbassa, admitiu ontem que a empresa não está conseguindo se desfazer de ativos no exterior, de US$ 14,8 bilhões, operação que se destina a recompor a capacidade de investimento. Aparentemente, os eventuais pretendentes identificaram as fragilidades da Petrobrás e preferem esperar até que as premências de caixa se encarreguem de colocar as prendas na bacia das almas. Desse modo, os desinvestimentos que deveriam concentrar-se em 2012 agora vão sendo postergados para até o final de 2014.Entre os principais causadores dos problemas de caixa está o desalinhamento dos preços ao consumidor em relação aos praticados no mercado internacional. Como não consegue processar aqui todo o volume de combustíveis, a Petrobrás se vê obrigada a vender parte deles no mercado interno a preços mais baixos do que os que paga aos fornecedores externos.Em junho, a diretoria condicionou o cumprimento do programa de investimentos de US$ 236,5 bilhões em 4 anos ao reajuste de pelo menos 15% dos preços internos. Os últimos repasses, de 7,83% (para a gasolina) e de 6,00% (para o diesel), entre junho e julho, apenas com redução de impostos, não mudaram significativamente as coisas. O governo Dilma pratica em relação aos combustíveis a mesma política populista da presidente da Argentina, Cristina Kirchner: comprime os preços à custa da capacidade de investimento da Petrobrás.O maior problema não é sequer o adiamento dos reajustes. É a falta de critérios para definição dos preços. Eles são ou não são o que der na telha de quem ocupa o cargo de ministro da Fazenda.
loading...
-
2013, Mais Um Ano Perdido - Adriano Pires
O Estado de S.Paulo - 27/12 O ano de 2013 começou com boas perspectivas para a Petrobrás. Após um difícil 2012, quando a empresa chegou a registrar prejuízo trimestral e queda de 2% na produção de petróleo, com relação a 2011, a expectativa...
-
Lambanças Na Petrobrás - Celso Ming
O Estado de S.Paulo - 07/08As razões puramente técnicas e as explicações contábeis para o primeiro prejuízo trimestral da Petrobrás (veja no Confira) nos últimos 13 anos estão sendo desfiladas uma a uma pela atual diretoria, que atribui, com...
-
As Perdas Avassaladoras Da Petrobrás - Editorial O EstadÃo
O Estado de S.Paulo - 07/08O surpreendente prejuízo de R$ 1,3 bilhão no terceiro trimestre é a síntese do custo que está sendo imposto à Petrobrás e, sobretudo, a seus acionistas e ao País por um modelo de gestão que a levou à estagnação em...
-
Reconhecimento Tardio Celso Ming
O Estado de S. Paulo - 20/06/2012 Depois de sucessivas declarações em contrário, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, admitiu ontem que o governo Dilma está preocupado com o raquitismo do caixa da Petrobrás e que, por isso, estuda...
-
Os Planos Da Petrobrás - Editorial O EstadÃo
O Estado de S.Paulo - 18/06Mesmo com metas mais realistas para a produção de petróleo nos próximos anos, o Plano de Negócios 2012-2016 que acaba de ser aprovado pelo Conselho de Administração da Petrobrás prevê investimentos de US$ 236,5 bilhões...
Política