México (III) - Viva Zapata está de volta
Política

México (III) - Viva Zapata está de volta


Fox e o Imperador golpista
antes das eleições - Fun in Acapulco









Os neo-conservadores testaram as novas formas de fraude eleitoral no México

John Steinbeck escreveu o argumento do clássico épico “Viva Zapata”, “celebrizado” (como soe agora dizer-se) no cinema, em 1952, pela mão do judeu sionista Elia Kazan, realizador então envolvido na denúncia de infiltrados “comunistas” nos meios culturais norte-americanos – combate oficial promovido pela Comissão do Senador MacCarthy que ficaria conhecida pelo periodo de “Caça às Bruxas” onde pontificou e se notabilizou o jovem actor de séries B, e activista: Ronald Reagan.
Protagonizado por Marlon Brando “Viva Zapata” conta, à maneira de hollywood, a odisseia de um camponês mexicano na Revolução de Porfirio Diaz (1910), (que já foi aqui referida a propósito da recente mostra Frida Kahlo no CCB) desde o seu triunfo à manipulação politica por oportunistas e à traição que levará ao assassinato de Zapata. Simbólicamente um dos proventos mais significativos do filme foi o óscar ganho por Anthony Quinn como melhor actor secundário.

No mais, porque ficou omisso, não se aprendeu nada. Esta transferência de notoriedade para os ricos do Norte e o apagamento mediático pantomineiro da realidade do México, que, como é habitual nas oligarquias tem cúmplices na élite nacional, não matou de vez (ou assassinou em definitivo, como na estória agit-prop ultraconservadora de Kazan), a imensa vontade de mudança dos mexicanos, submetidos por décadas a um dos mais violentos modelos de exploração vigentes nos sacrificados paises da América Latina – mormente ressuscitado depois do flop da economia de raiz liberal, às ordens do imperialismo, no crash de 1986.
Vinte anos depois, do desastre que foram os governos do Partido de Acção Nacional (PAN) do presidente eleito com o patrocinio do neoliberal Vicente Fox (grande amigo de toda a sorte de social-democratas de diversos matizes, de Soares a Cavaco) temos um muro de 1500 kilómetros dos mais vigiados e policiados no mundo para tentar evitar o êxodo de imigrantes que partem, desesperados do México para os Estados Unidos, arriscando tudo, principalmente a vida.
Mas há um outro filme que nunca foi filmado em definitivo: “!Que Viva o México!” de Serguei Einsentein – um projecto iniciado mas não concluido do famoso realizador.

* México Fracturado, a análise de Ignacio Ramonet

* México Insurrecto - a Marcha Nacional pela Democracia - o Zapatismo



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