Política
Mister Gaspar Goes to Washington (ou o tipo que arranjou emprego como cobrador do fraque)
Dia 23 de Setembro de 2013 será
o dia em que Portugal regressará aos “Mercados”...
... garante o mago Gaspar do ministério da Mirra, Ouro e Incenso. É uma questão de estudo – dir-se-á – mas é sobretudo uma questão de Fé.
Em previsões antes do jogo que ficaram famosas também o arcebispo primaz da Irlanda James Ussher na sua interpretação da lenda Biblica em 1658 concluiu que a Terra e toda a bicharada contribuinte nela existente tinha sido criada por Deus a 22 de Outubro do ano 4.040 antes da nossa era (da parte da tarde).
Segundo o principal órgão de desinformação do regime (1) o ministro das Finanças ter-se-ia deslocado aos Estados Unidos com a finalidade, entre outras, de concertar a transferência dos valores de crédito detidos pela Banca nacional sobre a habitação para o Fundo da Agência de Avaliação Lazard, que por sua vez, coordenada com o Banco de Portugal, os irá tentar vender a investidores internacionais. “Informa” o Expresso: “A ideia é montar uma fórmula que atraia investidores estrangeiros que comprem créditos imobiliários junto dos bancos nacionais. Tal permitiria aliviar os bancos de créditos que estão a consumir liquidez necessária noutras frentes. Será uma espécie de titularização para testar o mercado no final de 2012, início de 2013”
Numa primeira vista de olhos poder-se-ia pensar que a Lazard é mais uma entre tantas agências cujo móbil é especular no imobiliário. Mas é mais que isso. A Lazard pertence ao Grupo Lazard (Lazard Group LLC) que é um dos sete bancos privados que são proprietários da FED, a Reserva Federal norte americana, a entidade com aura de coisa pública que emite a moeda de referência global cobrando juros à cabeça. É esta a divina origem terrena da Fé do ministro (2).
Tem-se tentado criar a ideia que em Portugal não existe, (ao contrário de Espanha), uma bolha imobiliária. Mas há. O total do crédito que a Banca portuguesa concedeu a privados para a compra de habitação está estimado em 60 mil milhões de euros, os quais contribuem para o aumento da Dívida, uma vez que esses empréstimos são refinanciados junto de bancos estrangeiros.
No final do século XX Portugal tinha, em relação aos países da Europa, o maior rácio de habitações por habitante (3). Em 2005 (como vimos aqui depois em 2007), em vésperas do rebentamento da bolha imobiliária, Portugal tinha um parque habitacional construído de 25 milhões de fogos… para pouco mais de 10 milhões de habitantes. Era portanto o pais recordista da multiplicação de imóveis (modo de acumulação capitalista básico literalmente assente em tijolos), o que contribuia como a segunda maior parcela para o endividamento (a primeira causa é a dívida assumida de 90 mil milhões das Parcerias Público Privadas), ou seja, a segunda maior parcela de importação de capitais - 72% do crédito concedido para compra de habitação própria, representando 18% do PIB. Por contraste, “Portugal possuía mais de 1 milhão de habitações degradadas ou mesmo inabitáveis”. Construia-se casas novas sem uma politica urbana de reabilitação e, deste modo, cresceu artificialmente o preço da habitação – os preços atingiram níveis excessivos, sugando uma parte importante da poupança das famílias” que agora depois da “crise” estão condicionadas sem meios para aquilo que é básico para a sua subsistência.
(1) Expresso, 17 de Março 2012
(2)
Quem controla a Reserva Federal?O monopólio bancário dos Rothschild de Londres e Berlim, a Lazard Brothers de Paris, o banco de Israel Moses Seif de Itália, o banco “Kuhn Loeb and Warburg”, a Goldman Sachs, a falida Lehman Brothers e o grupo empresarial dos Rockefellers. No entanto, esta composição é extremamente evolucionária, subdividindo-se gradualmente numa infindável panóplia de sociedades subsidiárias. O Sistema de Reserva Federal (desde 1913)
aparenta ser uma corporação sem outro interesse que não seja servir a causa pública. Mas a FED leva para os seus cofres todos os anos 1 trilião de dólares livres de impostos. As famílias de banqueiros acima mencionadas são os destinatários finais desse dinheiro.
Emitindo dólares e lançando-nos nos mercados como dívida cobram qualquer coisa como 40 cêntimos de juros progressivos sobre cada dólar pago em impostos pelos contribuintes (fonte)(3)“
Portugal Agrilhoado, a Economia Cruel na Era do FMI”, de Francisco Louçã, 2011 (dados citados nas pags 173/4)
(4) ver
Lazard Frères & Co.
(wikipedia)O que os "nossos" ministros (os vasconcelos traidores dos nossos dias) têm presentemente em mãos é o dossier de devolução dos bens penhoráveis às origens das fontes financeiras que emitiram os créditos usuráriosLazard, sempre a bombar desde o "Gold Rush"
A história começa quando três judeus franceses, Alexandre, Simon e Elie Lazard emigram para o Novo Mundo. Inicialmente estabeleceram-se em New Orleans como muitos outros empresários judeus que viviam da escravatura, mas com a Grande Corrida ao Ouro da Califórnia mudaram-se para San Francisco (1848) onde começaram a sua actividade para-bancária. No período entre as 2 grandes guerras (1914-1939) a Lazard internacionalizou-se. No pós-guerra, a partir de 1945 a empresa financeira conheceu uma enorme expansão. Hoje em dia o banco de investimentos está cotado globalmente em Bolsa (Nyse:Laz), tem aproximadamente 2.300 funcionários em 42 cidades de 27 paises, desde a América do Norte até à Europa passando por todos os outros continentes. A sua sede multinacional é no mesmo edificio do Império Rockefeller em New York. Como curiosidade, importa referir que este grupo bancário nunca conheceu nenhum administrador executivo na sua já longa história que não fosse de etnia judaica, a saber: Alexandre Weill, David David-Weill, André Meyer (inicio da Lazard Frères Real Estate Investors), Pierre David-Weill (até 1977), Michel David-Weill (1977-2001) designado de “o Último Imperador de Wall Street” por ser o herdeiro de uma fabulosa dinastia de banqueiros, cujo avô era… Edouard Stern, um dos fundadores do grupo terrorista que manobrou pelo estabelecimento do Estado de Israel no sítio onde ele actualmente se encontra (desde 1948); Bruce Wasserstein (2001-2009) e Kenneth Jacobs (desde 2009) (wikipedia)
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