Reportagem do LanceNet:
Felipe Mendes - 02/08/2013 - 12:37 Rio de Janeiro (RJ)
Diante da decisão do governo do estado do Rio de Janeiro de manter o Parque Aquático Júlio de Lamare e o Estádio de Atletismo Célio de Barros no Complexo do Maracanã, o Complexo Maracanã Entretenimento S.A pediu 20 dias para reavaliar o contrato de concessão. Em entrevista após o anúncio do governador Sérgio Cabral Filho de não mudar de local o Célio de Barros, o presidente da empresa, João Borba, deu a entender que o grupo formado pela Odebrecht, IMX e AEG pode até desistir do contrato de concessão de 35 anos.
- Com a informação de que os equipamentos vão permanecer no Complexo do Maracanã, temos de voltar ao nosso arrojado plano de negócio. Será preciso uma avaliação técnica e financeira nesses 20 dias para reestruturar tudo o que foi pensado. Temos que avaliar com calma e analisar se é possível ter resultado só com o estádio. Com a permanência dos dois equipamentos, o plano fica prejudicado. Não tenho a menor ideia sobre o que vai acontecer - afirmou Borba, se dizendo surpreendido com a decisão do governo do estado.
O presidente do grupo deixou claro que a situação não é simples e que a decisão de desistir ou não da concessão envolve uma série de compromissos, funcionários contratados e contratos assinados. Recentemente, a empresa fechou parceria com o Fluminense por 35 anos e com o Flamengo até o fim de 2013.
- Antes de anunciar qualquer decisão, será preciso consultar os acionistas e mostrar como ficou o negócio. No contrato, tínhamos pontos básicos: a receita com os jogos de futebol e o que chamamos de receitas acessórias, ou seja, tudo o que seria erguido no entorno e no espaço onde hoje estão os dois equipamentos esportivos. Tínhamos um modelo. Agora, tudo mudou. Temos que ver o que fica, pois nosso investimento é muito alto - prosseguiu Borba.
Segundo ele, o projeto do Complexo Maracanã Entretenimento S.A tem como objetivo trazer a família para passar o dia inteiro no Complexo do Maracanã. No local onde estão as duas instalações, a empresa pretendia construir o Museu do Futebol, dois edifícios-garagens, lojas e restaurantes. Em contrapartida, o grupo removeria um galpão na Quinta da Boa Vista e construiria um novo presídio em Gericinó, realocaria a Escola Municipal Friedenreich para outro terreno, faria a demolição dos dois equipamentos esportivos, construindo novos em um terreno do Exército próximo ao Maracanã, e reformaria o Maracanãzinho e o Museu do Índio. Tudo por R$ 594 milhões. Ao governo do estado, o grupo pagaria por ano R$ 5,5 milhões a título de outorga.
Questionado o que vai acontecer caso o grupo desista da concessão, Cabral disse que só vai poder passar uma posição quando sair a decisão da empresa.
- Eles têm 20 dias para avaliar se a conta fecha ou não fecha. Vamos aguardar a decisão e, seja ela qual for, vamos encontrar a melhor solução - disse o governador, evitando falar em nova licitação até que saia a posição do grupo.
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