Política
Na dúvida, muda-se a acusação para manter a pena William Yong
O Estado de S. Paulo - 05/08/2010
A resposta do Irã às críticas internacionais à sentença de morte por apedrejamento de Sakineh Ashtiani foi alegar que ela não só é culpada de adultério, mas também de assassinato.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o Brasil poderia receber Sakineh "se ela estivesse causando problemas no Irã". O brasileiro inicialmente havia se recusado ouvir ativistas dos direitos humanos para interceder no caso, dadas suas boas relações com o líder iraniano, Mahmoud Ahmadinejad. Mas mudou de ideia durante um comício de sua candidata à presidência.
Na terça-feira, na primeira resposta de Teerã à oferta brasileira, um porta-voz da chancelaria iraniana disse que Lula não estava bem informado sobre "os detalhes da acusação" e, portanto, o regime cuidaria de deixar isso "claro". O comentário foi feito pouco depois de a agência iraniana Jahan ter publicado, sem citar fontes, que Sakineh seria culpada pela morte de seu marido, mas que nenhum juiz havia dado detalhes à imprensa porque o crime era "horrível demais". No mês passado, o Judiciário postergou uma decisão final sobre o caso. Aparentemente, para decidir se ela seria enforcada ou apedrejada.
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