Política
NEM CAVACO, NEM SOARES!
"Enquanto tive forças nunca tive coragem para lutar contra a degradação" personagem do filme “Germânia Ano Zero” de Rosselini, à beira da morte na miséria, ao ver a sua cidade destruida, no final da 2ª grande guerra.O jornalista Joaquim Vieira, director da revista "Grande Reportagem", presidente do Observatório da Imprensa, ex-director de Programas da RTP, ex-director-adjunto do Expresso, fez publicar há pouco tempo uma série de artigos, que titulou de “O Polvo”, onde começa por afirmar:
“Além da brigada do reumático que é agora a sua comissão, outra faceta distingue esta candidatura de Mário Soares a Belém das anteriores: surge após a edição de
“Contos Proibidos – Memórias de um PS desconhecido”, de Rui Mateus. O livro, que noutra democracia europeia daria escândalo e inquérito judicial, veio a público nos últimos meses do segundo mandato presidencial de Soares e foi ignorado pelas poderes da República. Em síntese, que diz Mateus? Que, após ganhar as primeiras presidenciais, em 1986, Soares fundou com alguns amigos políticos um grupo empresarial. Que, no exercício do seu “magistério de influência” (palavras suas, noutro contexto), convocou alguns magnatas internacionais – Rupert Murdoch, Sílvio Berlusconi, Robert Maxwell e Stanley Ho - para o visitarem na Presidência da República e se associarem ao grupo, a troco de avultadas quantias que pagariam para facilitação dos seus investimentos em Portugal. Note-se que o “Presidente de todos os portugueses” não convidou os empresários a investir na economia nacional,
mas apenas no seu grupo, com vultosos“mensalões” em favor da sua Fundação pessoal, naquilo que haveria de ficar conhecido como
o “escândalo Emaúdio”. Que moral tem um país para criticar Ferreira Torres, Isaltino, Valentim, ou Felgueiras se acha normal uma candidatura presidencial manchada por estas revelações? E que foi feito dos
negócios do Presidente Soares?”
Indubitavelmente cheio de razão, pela relevância do tema, o tema do Polvo continua a ser descrito AQUI (o Polvo 1 e 2) e AQUI (o Polvo 4 e 5), mas,,,
óbviamente! o sr Joaquim Vieira, a Visão e o Expresso, estão ao serviço da candidatura de Cavaco Silva eventualmente com a solução que se vem desenhando de António Borges da Goldman Sachs,à cabeça do PSD e a "Direita" congregada em redor de Francisco (Impresa) Balsemão
mandatário em Portugal do Grupo Bildelberg pretende uma solução bonapartista presidida por Cavaco liderada por um duro num governo autoritário (
que até pode continuar a ser o de Sócrates, que tem cumprido rigorosamente as tarefas para que foi nomeado em defesa da privatização da Economia neoliberal)
Quem,no entanto, se for intelectualmente honesto e conhecer um pouco da nossa História recente, não rejeitará liminarmente este
embuste chamado Cavaco Silva?Cavaco Silva governou com três Orçamentos, o geral do Estado, o dos fundos comunitários e o das privatizações da banca, seguros, etc. E durante dez anos foi um fartar vilanagem, de dinheiro a rodos para distribuir pela sua clientela partidária. É ou não verdade que de Cavaco nunca se conheceu medida alguma para combater a corrupção , designadamente no que se refere ao roubo — porque de roubo se tratou! — dos fundos comunitários?
O “brilhante especialista das finanças públicas" e "defensor do rigor orçamental" nunca conseguiu conter as despesas públicas e aproximar o défice dos 3% dos critérios de convergência (6,6% em 1990 - 7,6% em 1991 - 4,8% em 1992 - 8,0% em 1993 - 7,7% em 1994 5,5% em 1995, só para citar os últimos 5 anos da sua governação.
Se ele for presidente da República, como pode ele pregar moralidade económico-financeira quando ele foi e é ainda
o pai do MONSTRO? Que criou enquanto esteve à frente do governo do País? ninguem, no uso do mais elementar bom senso, o quererá ver em Belem.
Uma vez que as alternativas que o Poder nos coloca é “escolher” entre uma e a mesma coisa, não há nada que esperar do voto -
Nem Cavaco nem Soares! - Resta ao eleitor esperar que a situação se degrade a tal ponto que o sistema entre em ruptura, para que a partir da destruição deste sistema pseudo-democrático obsoleto possam nascer novas formas de democracia participativa.
Será assim, para grande desconforto dos
"opinion makers" sistémicos que se assumem como uma espécie de grandes educadores das presentes classes mediacráticas” como lhes chama José Adelino Maltez.
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