Política
O Brasil de Lula Venceu a Crise
Para Lula, crise está "vencida" no Brasil
Folha de S. Paulo - 16/09/2009
Presidente diz que é "como se a febre tivesse passado" e pede mais investimentos; para ele, não é hora de "antibiótico", mas de "vitamina"
Indústria elogia decisões do governo, mas cobra medidas definitivas de desoneração e incentivos ao setor para que haja novos investimentos
Sergio Lima/Folha Imagem
Lula, Mantega e Meirelles, durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, em Brasília; presidente pede investimentos e menor "spread'
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em discurso ontem em reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o presidente Lula disse que a crise econômica está "vencida" no Brasil e que o país a deixa de forma "gloriosa". Ele cobrou investimentos dos empresários e, dos bancos, a redução do "spread" (diferença entre a taxa de captação de recursos e a repassada aos clientes).
"Na época da crise a gente tinha que dizer: "Vamos vencer essa crise". E eu acho que ela está vencida no Brasil", disse o presidente, que ponderou sobre a incerteza da retomada do ritmo do comércio internacional, o que, na prática, segura as exportações do país.
A fala ocorreu depois de ter ouvido uma bateria de elogios de representantes do conselho sobre a atuação do governo durante o auge da crise internacional. Entre outros, falaram representantes da indústria, do comércio, da academia e das centrais sindicais.
"A saída gloriosa dela [crise], sabe, é como se a febre estivesse passado. Se a febre tivesse passado, então significa que a infecção acabou. Agora, então, não é mais dar antibiótico. É dar vitamina", afirmou o presidente, que prometeu manter o rigor fiscal e o combate à inflação. Ele cobrou investimentos dos empresários.
"Agora é hora de a gente fazer investimentos. Quem tem investimento e quem parou por conta da crise comece agora a fazer os investimentos [...] Nós não temos por que parar, gente", afirmou o presidente.
Lula falou diante dos ministros Guido Mantega (Fazenda) e Dilma Rousseff (Casa Civil) e do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e elogiou a política de juros do BC. "É verdade é que a gente nunca esteve tão baixo assim", disse, antes de pedir a queda do "spread" bancário, numa reação à fala do representante da CUT, que cobrou o mesmo.
Investimentos
Meirelles pediu aos empresários que se antecipem à recuperação da economia e comecem a fazer novos investimentos ainda neste ano. Caso isso não ocorra, disse, há risco de que a indústria brasileira não consiga atender ao aumento da demanda dos consumidores no período pós-crise, o que geraria pressões inflacionárias.
Elogiado pelos empresários por ter atuado de forma correta durante o pior momento da crise, Meirelles afirmou que agora está na hora de os empresários também agirem "rapidamente e na hora certa". "É importante que não olhemos apenas para os próximos meses, apenas para 2010, quando nós temos capacidade não utilizada para crescer na indústria. Está na hora de o setor privado olhar para a frente e antecipar investimentos", afirmou.
Já Mantega direcionou novamente a cobrança aos bancos privados. Segundo ele, mesmo com a liberação de quase R$ 100 bilhões em depósitos compulsórios para aumentar o dinheiro disponível para crédito, apenas uma parte dos recursos foi direcionada para empréstimos nessas instituições. "Infelizmente, nem todos os recursos foram alocados na economia. Uma boa parte foi aplicada em títulos públicos."
Ele disse que, apesar de o Brasil ter "saído [da crise] com a cabeça erguida", há vários problemas que ainda precisam ser enfrentados, como reduzir os custos financeiro, tributário e de infraestrutura.
Os representantes da indústria brasileira que fazem parte do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social elogiaram as decisões tomadas pelo governo nos últimos 12 meses. Mas cobraram medidas definitivas de desoneração e incentivos ao setor para que haja novos investimentos.
Comentários de Olhos do Sertão: a mídia demo-tucana e os neoliberais tucanos diziam que o sucesso do Lula se dava porque o mesmo não tinha sofrido crises como FHC sofreu. Vamos lembrar que o FHC quebrou o país três vezes e jogava a culpa nas crises externas. Coisa de incompetente e pessoa safada que nunca honrou o cargo que recebeu de brasileiros ingênuos e entreguistas.
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