“escreve-se por aí que quarenta por cento de portugueses estão indecisos sobre quem votar (…) Perante as combinações, os arranjos políticos vis, a mentira organizada e proliferante, o português compreendeu que o voto já não é a arma do povo” ("o Poder e a Indecisão", Baptista-Bastos, ontem no DN)
Ontem a Associação 25 de Abril promoveu um “debate entre os "pequenos partidos" já que os "grandes" não aceitam o convite”. Na ausência de visibilidade de grandes ideias inovadoras em relação ao paradigma vigente salvou-se a intervenção do porta-voz do PCTP-MRPP: “A solução encontrada [fórmula de debates televisivos] faz com que nenhum dos cinco partidos do Poder possa ser confrontado por algum dos partidos sem assento parlamentar. Gostava de ver Passos Coelho ou Sócrates aqui, com estas regras, a apresentar os respectivos programas de Governo em dois minutos” (Garcia Pereira)
Participaram ainda, Manuela Magno (PH), João Carvalho Fernandes (PND, Carmelinda Pereira (POUS), Miguel Lima (PPV) e Aline Gallasch Hall (do Partido Popular Monárquico). Da generalidade discursiva inóqua de “resíduos de cérebros vegetativos” sem marca de classe social, tendo em vista o remoque de Baptista Bastos sobre “a mentira organizada e proliferante”, ressaltou a intervenção da jovem representante do PPM (à direita na foto).
Aline Gallasch Hall, como deputada à Assembleia Municipal de Lisboa integrada na lista do PSD esqueceu-se de relembrar esta sua condição. Lembrou-se que “trabalhou em regime de precariedade por 8 anos a recibos verdes” (mas ainda assim apresenta-se bem ornamentada por bijutaria cara), criticou o “uso abusivo da frota de automóveis de luxo pelo governo”, inflamou-se contra a "permissão dos milhares de Fundações que parasitam o Estado". E no entanto esqueceu-se que integra a mesma lista que tem como candidato a Lisboa o dr. Fernando Nobre, precisamente o administrador da Fundação mais famosa do país. Nobre aufere na AMI 5.226 euros mensais, mais ajudas de custo. Como é habitual neste tipo de instituições os dirigentes dos órgãos da Fundação são quase todos da mesma família (no caso da AMI em 7 são 5) As duas directoras adjuntas são familiares do candidato agora do PSD: Leonor Nobre é irmã e a outra directora, Luísa Nemésio, é mulher de Fernando Nobre e aufere o mesmo nivel de salário do marido, que em 1192 aderiu à causa Monárquica, mas mais recentemente, se candidatou à Presidência da República (!).
A AMI recebeu ao longo dos anos avultados apoios, quer do Estado Português, quer da União Europeia, quer de inúmeras empresas portuguesas que têm contribuído, activamente, com apoios muito significativos. O Conselho Fiscal da AMI é controlado pelo cunhado - o marido da irmã, Leonor Nobre! E no entanto, as contas desta Fundação que movimenta milhões não são conhecidas dos portugueses... e como Fundação está isenta do pagamento de impostos. Quanto recebem em salários mais ajudas de custo de facto o Presidente da AMI os seus familiares e amigos? Fernando Nobre dedica-se exclusivamente a AMI? Não: actualmente junta-se à falta de transparência da partidocracia instituída por um “grande” partido. Qual é o património e o rendimento anual declarado do candidato por Lisboa do PSD?
Obviamente, o PPM pelo inadvertido desabafo da jovem monárquica Aline Gallasch Hall não deveria invocar do apelido de “pequeno partido” - já tem um deputado, fadista de profissão, a quem nunca se ouviu qualquer fado critico com letra e música composta sobre esta situação durante o último mandato. Para vozes inúteis e oportunistas já chegam as que lá (não) temos. São precisas lá outras vozes não comprometidas com o paradigma da tanga:
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