Política
o Estado da Nação
Quais as consequências para o povo da adesão e entrada da “União” Europeia em Portugal?quando foi criada, a UE tinha na sua génese três pressupostos fundamentais:
1) uma união sem barreiras alfandegárias nem fronteiras para pessoas e bens 2) ser uma associação de países como iguais 3) cada país mantinha a sua moeda própria como meio de tomada de decisões autónomas. Com as sucessivas revisões dos tratados e a adopção do Euro como moeda única as decisões politicas nacionais no quadro da UEM (União Económica e Monetária) as escolhas em economia-politica foram postas fora da equação. O que aconteceu de facto foi que
a adopção do Euro trouxe a perda de soberania dos povos europeus.
Portugal está hoje numa situação mais adversa que em 1580, quando perdeu a independência mas não a capacidade de emitir moeda soberana.Desde a aceitação conjugada do memorando da troika pelos governos de
bloco central Cavaco/Sócrates/Coelho mais de meio milhão de empresas faliram e foram encerradas.
O programa de austeridade imposto significa de facto a nacionalização da dívida da banca e assumpção da descapitalização da economia. Na falência do BES o “Banco Bom” já custou ao erário público 4,3 mil milhões de euros, e os prejuízos do “Banco Mau” só serão conhecidos na sua totalidade daqui por muitos anos. O esquema fraudulento de endividamento do Estado custou ao país este ano cerca de 7,5 mil milhões de euros só em juros da dívida. Em 2016 serão 9 mil milhões, em 2020 esses juros (sem incluir o valor em dividanem que se peça mais dinheiro emprestado) atingirão o valor insustentável de 17 mil milhões de euros/ano.
Analisando o “estado da nação” visto pelo lado dos trabalhadores,
existem neste momento 1 milhão e 400 mil desempregados, constando apenas 700 mil nas estatísticas oficiais manipuladas pelo governo. Da metade que não é ocultada, apenas 300 mil recebem subsidio de desemprego. Uma grande percentagem foi escondida em falsos programas de emprego, precários, em que pessoas trabalham gratuitamente para não serem expulsas da segurança social. Nestes últimos 4 anos 430 mil portugueses foram forçados a emigrar, juntando-se aos 5 milhões que já vivem no estrangeiro expulsos pelo salazarismo. Em 2014 devido aos cortes orçamentais o Serviço Nacional de Saúde registou menos 220 mil atendimentos. Na Educação, a essência da qualificação do tecido produtivo, para além de ser transformada num negócio privado, centenas de professores foram descartados e escolas encerradas, gerando uma situação calamitosa. Na justiça dezenas e tribunais foram encerrados. Nos transportes públicos o serviço regrediu e os custos de deslocação para os trabalhadores aumentaram para preços incomportáveis, quando num país desenvolvido o custo dos bilhetes e passes mensais não deve ser superior a 5% do salário mínimo nacional. Em resumo,
o nível de vida dos portugueses em 2013 já tinha regredido para níveis de 1990.
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