O passado passeia na praça
Política

O passado passeia na praça


Foto do blog:camposfotos

Walnize Carvalho

Mais uma vez, me vejo levada de roldão pelo “Túnel do Tempo” e dou início a mais uma viagem.
Como não dar “um pulinho ali no ontem” e recordar de memoráveis festas do Santíssimo Salvador, já que estamos vivenciando a mais uma delas?...
Sendo assim... O resgate de um agosto da remota juventude atravessou o dia. Dia de domingo.
Na memória, a ansiedade com que - eu e minhas irmãs- aguardávamos a chegada da festa do padroeiro da cidade.
Seis de agosto. Seis da matina.
Éramos acordados com o sino de igreja distante. Saltávamos da cama e após o café matinal, saíamos (eu, pais e irmãs)de casa a fim de participar de quase todos os eventos da Festa do Santíssimo Salvador.
Primeira parada: Corrida de bicicletas onde assistíamos em frente ao “Balalaica” na Alberto Torres, aos velozes atletas. Em seguida, nosso destino era a Beira Rio para apreciarmos as Regatas. O remo (um dos mais tradicionais esportes de nossa cidade) era um espetáculo à parte.
Retornávamos à casa para o almoço,um breve descanso e a espera inquietante pelo aviso dos adultos, de que poderíamos nos arrumar para o “segundo tempo” da Alegria.
Era tardinha. E lá íamos nós, rumo às festividades: nos olhos, um brilho de felicidade.
Como na parte da manhã, seguíamos a pé e de mãos dadas. O eco de nossas gargalhadas corria pelas ruas como o vento sul, que sempre se fazia presente nesta ocasião do ano.
Caminhávamos da Rua do Gás até a Rua Sete. E nesta hora, a parada dos adultos para olharem as vitrines enfeitadas era obrigatória: calçados na Almeida, louças no Dragão, tecidos na Imparcial... Passávamos por estabelecimentos comerciais como: A Social, Joalheria Renne, A Francesa, A Brasileira, A Normalista, Farmácia Uébe, Joalheria Fritz, Casa Patrão, Agência Santana (distribuidora de jornais e revistas), Café Ponto Chic, O Monte Líbano, Mercearia Rex...
Como a chegar em um oásis, avistávamos as torres da Catedral. A meninada com sacos de pipocas, cataventos de papel e bandeirinha nacional à mão passeavam pela praça.
Postávamos em frente ao templo para observar o encontro de amigos, ouvir a apresentação entusiasta da Lira de Apolo, aguardar a procissão, extasiar com a apresentação da Esquadrilha da Fumaça sobre o Rio Paraíba e admirar a tão esperada queima de fogos...
Fim de festa.Retorno feliz aos lares.





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