O maior estudo já feito sobre os vários tipos de regime conclui que, para perder peso, se pode consumir qualquer alimento, desde que se controlem as calorias regimes diferentes, resultados similares
Paula Neiva
Quem está disposto a emagrecer enfrenta uma dificuldade antes mesmo de mudar de hábitos alimentares – como escolher a melhor dieta? Há inúmeras opções entre regimes supostamente milagrosos que aparecem e somem a cada estação. A resposta para essa questão está numa pesquisa coordenada por especialistas da Faculdade de Saúde Pública da Universidade Harvard, recém-publicada no The New England Journal of Medicine. O estudo conclui que não vale a pena quebrar a cabeça para escolher quais os alimentos que devem ser colocados no prato e de quais se deve manter distância – o fator determinante para a perda de peso é a redução de calorias. Os pesquisadores acompanharam, ao longo de dois anos, 811 homens e mulheres obesos ou com peso acima do desejável com idade entre 30 e 70 anos. Os participantes foram divididos em quatro grupos – cada um deles seguiu um tipo de dieta com diferentes porcentuais de gorduras, proteínas e carboidratos. Todas as dietas, obviamente, prescreviam uma quantidade de calorias inferior ao consumo diário dos participantes. Apesar dos perfis diferentes entre as dietas, ao final do estudo, a perda de peso foi de 4 quilos, em média, para os participantes de todos os grupos (veja o quadro). "O ponteiro da balança recompensa quem consome menos calorias, a despeito do tipo de dieta que siga", diz o endocrinologista Walmir Coutinho, vice-presidente da Associação Internacional para o Estudo da Obesidade.
O estudo americano é o maior já feito comparando-se dietas alimentares. Outro dado interessante que figura em suas conclusões é que o sucesso das dietas é diretamente proporcional aos estímulos externos que se recebem. Os participantes da pesquisa que frequentaram mais assiduamente as reuniões com os outros voluntários e com os médicos obtiveram melhores resultados. O debate em torno das dietas não é recente. Há pelo menos quatro décadas, médicos e gordinhos tentam encontrar o cardápio mais eficaz na luta contra os quilos em excesso. Não é para menos. Basta atentar para o fato de que metade das mulheres e um quarto dos homens brasileiros estão, neste momento, sob algum tipo de restrição alimentar visando à perda de peso.
G. Baden/Corbis/Latinstock