Foto inédita mostra a presidente Dilma Rousseff durante um interrrogatório em novembro de 1970, na sede da Auditoria Militar, no Rio de Janeiro. Na época, Dilma tinha 22 anos de idade.
Veja amigos e amigas, essa foto revela muitas coisas, o que é quase impossível descrevê-la em apenas um texto.
Olhe bem para a imagem. Tente captar a sua essência, Dilma, altiva enfrentando os seus carrascos que preferem se esconder.
Na verdade, a imagem revela que a ditadura brasileira era uma ditadura covarde, feita por generais e seus discípulos covardes, oriundos da elite brasileira.
E mais do que covardes, a ditadura militar-civil brasileira defendia os interesses dos EUA nesse país. Quase perdemos a nossa soberania.
Era uma ditadura militar-civil subserviente, covarde e que se escondia nas alcovas para torturar os verdadeiros e heróis e heroínas jovens que partiram para a luta.
Enquanto que a ditadura militar-civil tinha na essência a ideologia americanófila, jovens como a Dilma tinha a essência da vida, do socialismo para que a riqueza do Brasil chegasse a todo o povo brasileiro.
Não tenho dúvida que estaria lá, naquela luta, como estarei em qualquer luta do povo brasileiro. Jovens como Dilma fizeram história nesse país.
Jovens como a Dilma nos fazem pensar que vale a pena lutar. Jovens como a Dilma nos faz pensar que vale a penar lutar por aquilo em que se acredita.
Certamente o Brasil e o povo brasileiro ainda haverão de reconhecer os jovens que pereceram na luta contra essa ditadura militar-civil covarde, com os verdadeiros heróis e heroínas dessa grande Nação.
1970 tinha cinco anos, e foi o ano que deixamos a nossa pequena comunidade de Pitombeira do município de Jaguaruana - CE.
Lembro-me toda a pequena mudança, família com sete filhos e o cachorro Jupi.
Lembro-me quando passamos pelo querido Rio Jaguaribe, deixando para trás as manhãs em que íamos pegar água em lombos de jumentos.
E certamente o que mais me marcou foi não poder contemplar mais as minhas majestosas carnaúbas que ficavam no quintal de minha casa.
De 1970 guardam essas lembranças, principalmente das manhãs de chuvas, do vento açoitando as folhas das rainhas do meu sertão, que eram as vistosas carnaubeiras.
De 1971 entrei no jardim de infância e aí, um novo mundo se abriu para mim com a querida professora Ogarita, mas por toda a minha juventude nunca ouvíamos falar sobre esses tempos difíceis de nosso país.
Em 1972 já estava na alfabetização no meu querido Grupo Escolar Matoso Filho. Era meio brigão e muito danado e já despontava como um pequeno craque de futebol. Sim, fui um dos melhores do meu tempo de juventude no futebol.
Só em 1984, na faculdade é que comecei a desvelar o mundo, a conhecer o meu país, sua história rica, as lutas do povo brasileiro e as contra-revoluções para esmagar as conquistas do povo brasileiro.
E as leituras desse período negro do Brasil e outras leituras foram me transformando.
E tudo mudou quando eu comprei o livro - Brasil Nunca Mais em 1996. Fiquei muito impactado com aquela leitura que resolvi doar o livro para um amigo meu.
A história de vida do frei Tito, o seu sacrifício, sua luta política - o texto Frei Tito, uma paixão. Tudo aquilo me transformou e não foi preciso estar na luta de Dilma, não estar no interrogatório Dilma para sentir o que a nossa presidenta sentiu.
Na verdade, essas leituras me deixaram mais próximo da vida, da essência da vida. E quanto mais leio sobre o meu Brasil, mas tenho consciência que sei pouco de sua história, menos eu o conheço.
E penso que vale a pena viver com essa essência, acreditando nos teus pensamentos, acreditando em nas lutas e no desafio de viver a vida acreditando no socialismo.