Política
o Referendo na Grécia é sobre uma proposta que se pode recusar
O vice-chanceler do SPD, o cara-metade de madame Merkel no bloco central, falando ontem no Bundestag num debate de emergência sobre a crise grega avisou que "
ceder às exigências do Syriza levaria à transferência incondicional do poder da União". Merkel disse que a porta para negociações com Atenas continua aberta" e que
"vamos ter de decidir, num dado momento... se um acordo ainda for possível (...) um bom europeu não é aquele que procura um compromisso a qualquer preço (...) qualquer futuro programa teria mais condições associadas - e não menos". Por sua vez o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble lembrou aos deputados que
tinha avisado o primeiro-ministro Alexis Tsipras antes da sua vitória nas eleições que ele "nunca iria cumprir" as suas promessas anti-austeridade, porque "objectivamente, isso é impossível".
www.oxi2015.grΟΧΙ 2015 2 de Julho de 2015
“A estratégia Tsipras não é tão louca quanto parece. Ou “errática” como diz Varoufakis. Sem dúvida, presta o melhor serviço no melhor interesse do seu povo. Tsipras e o Syriza chegaram ao poder com um mandato para parar a austeridade, mas permanecer dentro do euro.
Estes dois objectivos não são compatíveis. Pelo menos, não sem uma atitude muito mais indulgente do resto da Europa. Então o problema de Tsipras é que ele não tem nenhuma alavancagem e não há maneira de conseguir o que quer. Por um lado, de fora parece que ninguém mais vai socorrer a Grécia. (porém, de certeza que a Rússia vai entrar na fila à frente dos BRICs para
socorrer a Grécia se o país deixar o euro - mas não antes disso). As únicas pessoas e instituições dispostas a oferecer dinheiro Grécia e até mesmo um alívio da dívida são os únicos que estão a exigir reformas em troca. E
o Syriza não pode dizer à Europa que vai reembolsar os empréstimos com dracmas, porque é sabido que o povo grego ainda quer ficar na zona euro, independentemente dos custos. Então, Tsipras na realidade tem apenas um carta decente na mão. Não sabe ao certo o valor que ela tem, mas poderá muito bem jogá-la se valer a pena. E a carta é esta:
ninguém na Europa quer ser o primeiro a puxar o gatilho para disparar outro país para fora da zona do euro. Ninguém quer assumir a responsabilidade por um evento que só poderá um dia ser visto como o momento em que o projecto europeu morreu. Vistas desta forma, as últimas acrobacias começam a fazer sentido. Veja-se a redação do Referendo, e a maneira que Tsipras o apresenta às pessoas. O resto da Europa quer pintá-lo como um Referendo sobre se deve ou não deixar o euro. Mas goste-se ou não, essa questão não está em cima da mesa no momento da votação -
o próprio Referendo nem sequer menciona o Euro. Assim, do modo que os gregos são inquiridos,
não se trata de sair do euro. Este é sobre se deve ou não rejeitar a proposta de acordo mais recente. Tsipras está a dizer aos cidadãos que um "NÃO" significa que eles vão obter uma maior e melhor plataforma de negociação continuando a estar no euro. Então, por que você iria votar "sim"? (MoneyWeek)
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