Todos falam na solução de “dois Estados” nas fronteiras de 1967 para a resolução do problema da Palestina. Mas a “resolução” a cumprir, em devido tempo, tinha sido a aprovada na ONU que previa o plano de partilha entre dois povos, judeus e palestinianos, e entre dois Estados, quando foi reconhecida a independência de Israel por troca com o reconhecimento da linha verde em 1947. Desde esse momento inicial da fundação de Israel pela força das armas, cerca de 800 mil árabes vítimas de expulsão das suas aldeias alojados precariamente em tendas e em grutas vaguearam pelo deserto descrevendo círculos, impedidos de retornar à sua terra, aquela que era a sua terra prometida onde eles e os seus avós tinham nascido. Acabaram por se fixar precariamente em “campos de refugiados” nos paises vizinhos onde ainda hoje permanecem. Sessenta e quatro anos depois o problema agravou-se demograficamente: existem hoje 6 milhões de refugiados palestinianos nos paises limitrofes a viver em campos de concentração no Líbano, Jordânia, Síria e Egipto. No dia 11 de Dezembro de 1948 a Assembleia Geral da ONU votou outra resolução sobre o “direito ao regresso” desses refugiados palestinianos, ao mesmo tempo que o Governo Israelita publicava a Lei de Emergência relativa à expropriação da “propriedade dos ausentes”, em benefício dos novos colonos judeus. A política de expansão dos colonatos nunca mais parou, de tal forma que Israel, apesar de ter assento na ONU, é hoje o único Estado no mundo que não tem fronteiras definidas.
Com a conquista dos novos territórios e a consolidação de Israel na Palestina após o cessar-fogo na Guerra dos Seis Dias em 1967, a situação no terreno pode resumir-se assim: qualquer pessoa que invoque a sua ascendência de origem judaica em qualquer parte do mundo pode solicitar em qualquer embaixada de Israel o reconhecimento da cidadania e é-lhe passado de imediato um livre trânsito para imigrar para a sua “pátria israelita” onde lhe são entregues 20 mil euros para “despesas de instalação” no seu novo início de vida,, para além da concessão de créditos bonificados. É deste modo que se processa a contínua construção de colonatos nos territórios ocupados do que haveria de ser o “Estado da Palestina”. Por outro lado, os milhões de refugiados palestinianos que foram escorraçados para sobreviver nos paises vizinhos estão impedidos de invocar qualquer direito de regresso.
É esta a política que Barack Obama apoia – e pela qual os judeus pró-sionistas usufrutuários dos Colonatos se manifestam regularmentecontra a eventualidade do reconhecimento da Palestina como Estado soberano. Os jornais corporativos dizem muito pouco sobre isto, menos ainda que o que Obama (que antes disse "As Nações Unidas não são o sítio certo para um novo Estado nascer") de facto foi fazer à reunião com o 1º ministro israelita Benjamin Netanyahu foi ouvir da boca deste um elogio pelo seu desempenho no apoio à causa Sionista e ao respectivo veto norte-americano contra uma Palestina Livre. Uma vergonha:
Na véspera da apresentação da moção na ONU para o reconhecimento do agora inviabilizado “Estado da Palestina” devido a décadas de usurpação dos territórios pelo “Estado de Israel”, na grande manifestação realizada em Nablus, os palestinianos contaram com a presença de 30 activistas do grupo judeu anti-Sionista Neturei Karta. No seu discurso este movimento reafirmou o seu desejo de ver a Palestina ocupar o seu lugar na ONU, como a 193ª Nação, como parte integrante numa solução de UM único Estado que substituirá Israel e a sua politica de apartheid social e onde todos, judeus e árabes, teriam iguais direitos, como aliás é inerente a qualquer sistema democrático.
No dia seguinte, perto de Nablus, um grupo de cerca de 100 colonos israelitas armados atacaram a aldeia palestiniana de Assira al Qibliya. Nos confrontos que se geraram ficaram feridas muitas pessoas, entre elas um jornalista palestiniano e 1 criança de catorze anos. Obviamente, um dos cães de guarda dos atacantes quando estes se viram em maus lençóis chamou a “autoridade”, que depressa chegou e invadiu a aldeia disparando contra os residentes e lançando-lhes granadas de gás mostarda a fim de “dispersar os perigosos resistentes que faziam frente aos colonos invasores:
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