Caríssimos é imperativo refletirmos sobre os paradigmas que modelaram a existência do ser humano em cada momento da história humana neste planeta. Veja bem, este post apenas quer provocar que para que o leitor tire o véu para diferenciar, ou distinguir o que é verdadeiramente ouro daquilo que reluz. Em outras palavras, desvelar a realidade.
Os paradigmas existem para acorrentar povos e manter a ordem vigente através do medo e do terror. A educação era uma forma de replicar este modelo de se manter este modelo de submissão, terror e abandono das classes menos favorecidas.
Nesse sentido, os exploradores procuravam através da educação, reproduzir todo o sistema de dominação, submissão e domesticação, isso através da criação de mitos e histórias. A história humana mostra isso.
Analisando Gadotti, vimos que a educação renascentista e a jesuítica encaminham-se principalmente para a formação do homem burguês, discriminando a formação das classes populares. Daí, essa educação não chegar às massas populares, pois tinham de atuar no mundo colonial em suas frentes: a formação burguesa dos dirigentes e a formação catequética das populações indígenas.
Isso significava: a ciência do governo para uns e a catequese e a servidão para outros. Para o povo sobrou apenas o ensino dos princípios da religião cristã. Sempre foi na historia da humana.
As classes trabalhadoras e mais humildes tiveram relegadas a uma educação que tinha como princípio o conformismo e a divisão de classes, em que o ensino brasileiro sempre esteve desvinculado da realidade sócio-econômico-político-cultural da nação. Era uma educação não para incluir, mas para segregar e manter esta situação perversa de desigualdade social e de escuridão.
Para (LIBÂNEO, 1998, p. 60), “uma teoria crítica da educação proporia um processo formativo abrangendo a totalidade do ser humano, nas suas dimensões física, afetiva, cognitiva, não se reduzindo à dimensão econômica”.
Os EUA se tornaram ricos porque fizeram inclusão social, modernizaram a administração. Foram bem administradores porque a elite se preocupou em desenvolver o seu pais realizando uma educação que pudesse oportunizar melhores condições de vida para uma boa parte da população americana. Por outro lado, a doutrina Bush se mostrou perversa e um desastre administrativo para o seu povo.
Já no Brasil, o Estado vinha por estas bandas catar miséria. Em época de seca, colocavam-se os sertanejos em campos de concentração da fome. Era a eliminação do povo pelo abandono das políticas públicas.
A política da compaixão e da proteção era praticada pelos coronéis que defloravam as meninas dos seus trabalhadores. Os padres, não todos, abençoavam a miséria do povo e comiam as sobras dos coronéis, além de zelarem pela compaixão e conformação das condições de vida da população nordestina.
Temos em obras de grandes brasileiros as leituras destes paradigmas como: Morte e Vida Severina que narra a saga de abandono dos “Severinos” – chamados por retirantes.
O meu nome é Severino,
como não tenho outro de pia.Como há muitos Severinos,que é santo de romaria,deram então de me chamarSeverino de Mariacomo há muitos Severinoscom mães chamadas Maria,fiquei sendo o da Mariado finado Zacarias
Casa Grande e Senzala de Gilberto Freire - o que houve no Brasil foi a degradação das raças atrasadas pelo domínio da adiantada"
E Vidas Secas de Graciliano Ramos - "A caatinga estendia-se de um vermelho indeciso salpicado de manchas brancas que eram ossadas..
Estas obras retratam em momentos diferentes a mesma saga do povo brasileiro – abandonados e eliminados pela miséria. Não havia e nunca houve políticas de inclusão. Por outro lado, é impresso uma visão sociológica para perceber as políticas públicas de inclusão social do atual governo.
Olhos do Sertão irá a partir de junho deste ano realizar entrevistas com agricultores do sertão da minha região para saber o que mudou em suas vidas. O que de fato este governo Lula tem realizado para melhorar suas vidas. Situação que até agora a mídia não quer analisar. No entanto, vamos mostrar o que mundou no sertão nordestino nestes últimos anos, através de entrevistas, fotos e vídeos.
Vamos tirar o véu para distinguir ouro daquilo que reduz, ou seja, vamos separar mitos de verdades sobre a realidade do sertanejo e porque hoje o Lula é considerado por eles um grande companheiro.
É importante ainda, lembrar que a exclusão, além de ser uma questão de cor, de raças era também uma questão de classe, mas também uma questão de eliminação. Para elite paulista o nordeste era um campo de concentração de esfomeados e maltrapilhos pedintes.
A palavra inclusão é uma palavra de nosso tempo, mas fruto dos movimentos de organizações da sociedade civil organizada. O povo em sua história e heróica vida, que não faz parte da história oficial, sempre lutou pela inclusão dos seus nas políticas governamentais. A questão da educação dos filhos dos trabalhadores era de inclusão para formar cidadãos que este país precisa. Agora estamos falando de inclusão digital que está relacionada com a questão da inclusão social.
Por fim, fazendo, o paradigma do abandono e da eliminação foi bem executado no Brasil, principalmente no nordeste. As crianças eram eliminadas pela fome e os adultos a conviverem no total cegueira da leitura e pela compaixão da elite perversa. Por outro lado, a compaixão era uma resposta ao conformismo porque uma fortalecia a outra.
Como diz Sérgio Buarque de Holanda Em Raízes do Brasil, a Democracia no Brasil foi sempre um lamentável mal-entendido. Uma aristocracia rural e semifeudal importou-a e tratou de acomodá-la, onde foi possível, aos seus direitos ou privilégios, os mesmos privilégios que tinham sido, no Velho Mundo, o alvo da luta burguesa contra os aristocratas.
Os nossos movimentos "aparentemente reformadores" teriam sido, de fato, impostos de cima para baixo pelos grupos dominantes, diz ainda este estimado brasileiro.
REFERÊNCIAS
GADOTTI, Moacir. História das Idéias Pedagógicas. 5ª ed. São Paulo: Ática, 1997.
LIBÂNEO, José Carlos. Adeus Professor, Adeus Professora?: novas exigências educacionais e profissão docente. São Paulo: Cortez, 1998.
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