Farol é um dos representantes da pesca do
crustáceo no estado do Rio
(Foto: Reprodução/InterTv RJ)
crustáceo no estado do Rio
(Foto: Reprodução/InterTv RJ)
No último sábado (1º), começou o período do defeso do camarão. Farol de São Tomé, litoral de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, é um dos principais representantes da pesca do crustáceo no Estado do Rio de Janeiro. Em média, 20 toneladas da espécie sete barbas são pescados por dia. O defeso termina no dia 31 de maio.
No sábado, o trabalho dos pescadores esteve em ritmo acelerado. Eles pretendiam estocar o produto, que é muito consumido no verão e no carnaval, para que não falte camarão nos estabelecimentos comerciais. Atualmente, os pescadores enfrentam uma realidade de trabalho difícil. Para retirar o produto pescado das embarcações, eles precisam alugar um trator que puxa a embarcação até a orla. Além do gasto com o aluguel do veículo, a ação compromete o casco dos barcos.
Para mudar essa realidade, as colônias de pescadores da região esperam que o projeto do Terminal Pesqueiro de Barra do Furado, distrito de Quissamã, no Norte do Estado, saia do papel. Em dezembro de 2013, o Ministro da Pesca e Aqüicultura, Marcelo Crivella, esteve em Campos para assinar um documento de partida para a elaboração do terminal.
De acordo com a secretaria de comunicação de Campos, engenheiros da Universidade Federal Fluminense (UFF) irão utilizar o projeto base elaborado pela prefeitura, para que em maio, período determinado pelo Ministro, o convênio de operação do Terminal Pesqueiro seja assinado.
De acordo com a secretaria de comunicação de Campos, engenheiros da Universidade Federal Fluminense (UFF) irão utilizar o projeto base elaborado pela prefeitura, para que em maio, período determinado pelo Ministro, o convênio de operação do Terminal Pesqueiro seja assinado.
Pescadores precisam pagar um trator para puxar
a embarcação até a areia
(Foto: Reprodução/InterTv RJ)
a embarcação até a areia
(Foto: Reprodução/InterTv RJ)
Enquanto isso os pescadores lamentam o período do defeso. Muitos acreditam que a data poderia ser outra. “Nem todos nós podemos ir para o alto mar, porque muitos barcos não estão preparados. Alguns se arriscam porque o valor que recebemos do auxílio defeso não é suficiente para pagar as contas. Acho que o período está errado, porque agora o camarão está grande”, disse o pescador José Milguel.
De acordo com a assessoria de comunicação do Ministério da Peca, não há uma nova discussão em relação à mudança da data do defeso. Eles estudam a possibilidade de ampliar a discussão criando um Comitê Permanente de Gestão (CPG), para que juntos aos pescadores, sejam propostas soluções que diminuam o impacto deste período em especial.
Para a chefe do escritório do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) em Campos, Rosa Maria Castelo Branco, para acontecer uma possível mudança da data do defeso, é preciso um estudo de no mínimo dois anos.
“O último estudo garante que o período de crescimento e desova do camarão deveria ser de seis meses. Porém, o Ministério da Pesca e o Ibama, entenderam que seria um tempo muito longo para o pescador ficar longe do mar. Esta discussão é muito ampla e depende de muito estudo e pesquisa”, explicou Rosa Maria.
Ressacas no mar prejudicaram a pesca
O diretor secretário da Colônia dos Pescadores do Farol, Genival de Sales, acredita que a pesca ficou prejudicada no último ano, devido à instabilidade climática e as diversas ressacas que impediram o pescador de ir ao mar.
“Tivemos períodos intensos de ressacas e neste caso, não é recomendado que o pescador encare o mar. A pesca este ano foi um pouco decadente em vista dos outros anos. A nossa expectativa é que depois do defeso dê pra pescar com mais tranquilidade”, disse Genival.
Por conta da proibição, os pescadores passam a receber dos governos Federal e Municipal, o valor de um salário minimo, referente ao auxílio defeso. Muitos reclamam que o dinheiro não é suficiente e alternativa é ir atrás dos peixes.