petróleo, especulação dos decisores internacionais, a energia nacional e "lucros decentes"
Política

petróleo, especulação dos decisores internacionais, a energia nacional e "lucros decentes"


António Vilarigues no Público: "em Maio de 2008, os preços dos combustíveis em Portugal eram superiores aos cobrados na maioria dos paises da União"
(clique no recorte para ampliar)

Os reformistas do PCP com acesso aos Media de referência apresentam aos consumidores nacionais o problema da inflação nos combustíveis como se ele tivesse origem avulsa na especulação das companhias que exploram o mercado retalhista em Portugal. Este detalhe é verdadeiro, porém a explicação é insuficiente (como mencionado no post anterior). Faz-se referência ao preço internacional do petróleo determinado na bolsa de Roterdão, mas, salvo uma breve e vaga alusão aos "fundos de investimento especulativo no mercado", continua-se a não mencionar (ignorar) que existe um monopólio global empresarial (as "7 Irmãs" que actualmente são apenas 4 supercompanhias petrolíferas) instituido e coordenado pelos governos e sistemas bancários do centro capitalista que utilizam a inflacção concertada para financiar os custos da dominação Imperial sobre o resto do mundo.

"Para que se possa ficar com uma ideia como a GALP, e as outras petrolíferas estão-se a aproveitar da situação, é necessário que ter presente o seguinte. Os combustíveis que as petrolíferas vendem em cada dia foram produzidos com petróleo adquirido entre dois a três meses antes (num estudo anterior referimos 3 meses, mas uma investigação feita por nós levou à conclusão, para sermos mais rigorosos, que o período médio varia entre 2 a 2,5 meses)"
Eugénio Rosa, Economista, em "O Diário", reportando-se a dados oficiais da Direcção-Geral de Energia

"A GALP acabou de apresentar publicamente as contas referentes ao 1º Trimestre de 2008. E por elas ficamos a saber que esta petrolífera obteve, só no 1º Trimestre de 2008, 175 milhões de euros de lucros líquidos, ou seja, mais 22,4% do que em idêntico período de 2007. E isto quando são exigidos tantos sacrifícios aos portugueses. Mas ainda mais grave, é que 69 milhões de euros desses lucros, que é o triplo do valor registado em 2007 (+ 228,6%), que foi de 21 milhões de euros, resultaram da especulação do preço do petróleo no mercado internacional(...)
Para calcular os preços de venda dos combustíveis, as petrolíferas recolhem os valores dos preços dos produtos refinados (gasolina, gasóleo, etc.) no mercado de Roterdão em cada semana, depois calculam a média em relação a cada produto, e é o valor assim obtido para cada um dos produtos que é o preço, sem impostos, a que vendem os combustíveis em Portugal. É evidente que esse preço de Roterdão, que não é determinado pelos custos suportados pelas petrolíferas portuguesas, incorpora a especulação que se verifica todos os dias no mercado internacional do petróleo, determinada pela entrada maciça dos fundos de investimento nesse mercado, com o objectivo de, controlando a oferta, como estão a fazer, imporem preços especulativos e, consequentemente, embolsarem gigantes lucros (...).
Os preços de Roterdão devem funcionar apenas como limite máximo, para obrigar as petrolíferas a serem eficientes, em relação aos preços que as petrolíferas podem cobrar pela venda dos combustíveis em Portugal. No entanto, o cálculo dos preços deverá respeitar o que a generalidade das empresas são obrigadas fazer, ou seja, cobrir os seus custos efectivos e adicionar uma margem decente de lucro"
(via O Castendo)

e já agora, concretamente, num "sistema mentiroso de mercado livre" cuja análise radical só o pode classificar como imoral senão mesmo criminoso, o que significa a expressão "lucro decente"?
pensam mesmo que este sistema é reformável?

"Big Oil& Cheney Task Force:
Documentos de 2005 provam que os 4 Chefes das Petrolíferas (Lee R. Raymond da Exxon Mobil, David J. O'Reilly da Chevron, James J. Mulva da ConocoPhillips, Ross Pillari da BP America e John Hofmeister da Shell Oil) se reuniram previamente com o vice presidente americano para concertar a presente política"
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