Política
PF liga quebra de sigilo dos tucanos ao jornalista Amaury Ribeiro Jr. quando era repórter do jornal O Estado de Minas, em outubro de 2009
Extraído do blog Leituras Favre - por Luis Favre
(…) A PF já descobriu quem encomendou as informações: o jornalista Amaury Ribeiro Jr. (…), trabalhando na época no jornal O Estado de Minas.
Também identificou o homem que intermediou a compra dos dados obtidos ilegalmente em agências da Receita no Estado de São Paulo. Trata-se do despachante Dirceu Rodrigues Garcia.
O elo foi estabelecido a partir do levantamento de ligações entre o despachante e o jornalista revelado pelo cruzamento de extratos telefônicos obtidos pela PF com autorização judicial.
(…) A existência de informações confidenciais de tucanos circulando nos meios políticos foi revelado pela Folha em junho.
Em depoimento à polícia neste mês, Garcia confirmou que Amaury pagou pelos dados da filha e do genro de Serra, Verônica e Alexandre Bourgeois, do dirigente tucano Eduardo Jorge e de outros integrantes do PSDB. O despachante disse ter recebido R$ 12 mil pelo trabalho.
(…)
Em um primeiro momento, o despachante Garcia afirmou à PF não ter envolvimento com o caso. Mas, confrontado com o histórico de telefonemas dele com Amaury, admitiu o pedido e a execução dos serviços.
A investigação foi aberta a partir de reportagem da Folha revelando que cópias de cinco declarações de renda de Eduardo Jorge faziam parte supostamente do dossiê que circulava entre pessoas ligadas a um denominado pela Folha, “grupo de inteligência” da campanha petista.
Ontem, a advogada de EJ foi à Superintendência da PF em Brasília para obter novas informações e cópias de depoimentos do inquérito.
Segundo a investigação, quando os dados dos tucanos foram encomendados em outubro de 2009, Amaury ainda mantinha vínculo profissional com o jornal “O Estado de Minas”.
(…)
A partir de depoimentos e cruzamentos telefônicos, a PF mapeou a cadeia da quebra dos dados fiscais.
Amaury não só fazia a encomenda, segundo a PF, como ia a São Paulo buscar os documentos. As viagens eram pagas pelo jornal.
Garcia fazia contato com o office-boy de São Paulo Ademir Cabral. Este acionava um outro despachante, Antonio Carlos Atella.
Atella tinha dois caminhos para obter os dados. O primeiro por meio da falsificação de uma solicitação de cópia de documentos da Receita. O segundo era contatar o despachante Fernando Araújo Lopes.
Segundo a PF, Lopes pagava Adeildda dos Santos, funcionária lotada na agência da Receita em Mauá (SP), que acessou os dados.
Luis Favre, com informações do jornal Folha SP
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Esclarecimento. Esta matéria acima é constituída inteiramente pelas informações publicadas hoje pela Folha SP, após eliminar dela todas as afirmações e insinuações que por motivos políticos eleitorais o jornal escolheu incorporar, deturpando em alguns casos as próprias informações contidas na matéria (em vermelho o que foi cortado ou escrito por mim). Assim, enquanto a matéria informa que a PF liga quebra de sigilo ao jornalista Amaury Ribeiro Jr. enquanto era repórter do jornal O Estado de Minas em outubro de 2009, a Folha afirma na sua manchete uma evidente inverdade para associar o fato à Dilma e sua campanha.
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A data de outubro de 2009 coincide com o período de maior tensão na disputa interna do PSDB, entre José Serra e Aécio Neves pela escolha do candidato. O jornal O Estado de Minas é considerado por alguns analistas como estreitamente vinculado ao então governador tucano.
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A seguir a matéria completa, tal como publicada na Folha de hoje. A inteligência do leitor lhe permitirá assim entender o objetivo do jornal no tratamento dado a informação. Seguramente ela ganhará destaque no horário eleitoral em favor de um determinado candidato. LF
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PF liga quebra de sigilo à pré-campanha de Dilma
Segundo inquérito, jornalista ligado ao “grupo de inteligência” pagou por dados
Despachante admitiu ter recebido R$ 12 mil por informações fiscais de tucanos encontradas na pré-campanha do PT
LEONARDO SOUZA
DE BRASÍLIA
Investigação da Polícia Federal fez conexão entre a quebra do sigilo fiscal de pessoas ligadas ao candidato José Serra (PSDB) e o dossiê preparado pelo chamado “grupo de inteligência” da pré-campanha de Dilma Rousseff (PT).
A PF já descobriu quem encomendou as informações: o jornalista Amaury Ribeiro Jr., ligado ao “grupo de inteligência”.
Também identificou o homem que intermediou a compra dos dados obtidos ilegalmente em agências da Receita no Estado de São Paulo. Trata-se do despachante Dirceu Rodrigues Garcia.
O elo foi estabelecido a partir do levantamento de ligações entre o despachante e o jornalista revelado pelo cruzamento de extratos telefônicos obtidos pela PF com autorização judicial.
O uso de informações confidenciais de tucanos no dossiê petista foi revelado pela Folha em junho.
Em depoimento à polícia neste mês, Garcia confirmou que Amaury pagou pelos dados da filha e do genro de Serra, Verônica e Alexandre Bourgeois, do dirigente tucano Eduardo Jorge e de outros integrantes do PSDB. O despachante disse ter recebido R$ 12 mil pelo trabalho.
O “grupo de inteligência” era responsável pelo levantamento de informações e confecção de dossiês que pudessem ser usados na campanha contra os adversários.
Amaury até hoje negava que estivesse trabalhando para a campanha do PT. Mas ele participou de reunião da “equipe de inteligência” em 20 de abril deste ano, num restaurante de Brasília.
Na época, o responsável pela comunicação da pré-campanha de Dilma era o jornalista Luiz Lanzetta, que participou do encontro. O flat em que Amaury estava hospedado em Brasília era pago pelo partido.
Desde que a existência do grupo foi revelada pela revista “Veja”, Amaury atribui a uma ala do PT o furto de informações de seu computador pessoal e o vazamento “por interesse político”.
Em um primeiro momento, o despachante Garcia afirmou à PF não ter envolvimento com o caso. Mas, confrontado com o histórico de telefonemas dele com Amaury, admitiu o pedido e a execução dos serviços.
A investigação foi aberta a partir de reportagem da Folha revelando que cópias de cinco declarações de renda de Eduardo Jorge faziam parte do dossiê que circulava entre pessoas ligadas ao “grupo de inteligência”.
Ontem, a advogada de EJ foi à Superintendência da PF em Brasília para obter novas informações e cópias de depoimentos do inquérito.
Segundo a investigação, quando os dados dos tucanos foram encomendados em outubro de 2009, Amaury ainda mantinha vínculo profissional com o jornal “O Estado de Minas”.
O PT atribui ao diário proximidade política com o ex-governador tucano Aécio Neves, eleito senador.
A partir de depoimentos e cruzamentos telefônicos, a PF mapeou a cadeia da quebra dos dados fiscais.
Amaury não só fazia a encomenda, segundo a PF, como ia a São Paulo buscar os documentos. As viagens eram pagas pelo jornal.
Garcia fazia contato com o office-boy de São Paulo Ademir Cabral. Este acionava um outro despachante, Antonio Carlos Atella.
Atella tinha dois caminhos para obter os dados. O primeiro por meio da falsificação de uma solicitação de cópia de documentos da Receita. O segundo era contatar o despachante Fernando Araújo Lopes.
Segundo a PF, Lopes pagava Adeildda dos Santos, funcionária lotada na agência da Receita em Mauá (SP), que acessou os dados.
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