Poesia no Sociedade
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Poesia no Sociedade


Para começar o domingo deixo os amigos com a poesia de Adélia Prado, em texto enviado pela Ana Paula Motta. E fica a dica para quem gosta de poesia e textos sensíveis:Acesse "Todos os Sonhos de Abril".

"Das coisas simples, da terra, da casa, do amor. Os poemas de Adélia são pequenos bordados cheios de vida.

"Serenata, de Adélia Prado

Uma noite de lua pálida e gerânios
ele viria com boca e mãos incríveis
tocar flauta no jardim.
Estou no começo do meu desespero
e só vejo dois caminhos:
ou viro doida ou viro santa.
Eu que rejeito e exprobro
o que não for natural como sangue e veias
descubro que estou chorando todo dia,
os cabelos entristecidos,
a pele assaltada de indecisão.
Quando ele vier, porque é certo que vem,
de que modo vou chegar ao balcão sem juventude?
A lua, os gerânios e ele serão os mesmos-
- só a mulher entre as coisas envelhece.
De que modo vou abrir a janela, se não for doida?
Como a fecharei, se não for santa?"



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