Política
Poesia uma hora dessas
Eugénio de Andrade
Pequena elegia de setembro
Não sei como vieste,
mas deve haver um caminho
para regressar da morte.
Estás sentada no jardim,
as mãos no regaço cheias de doçura,
os olhos pousados nas últimas rosas
dos grandes e calmos dias de setembro.
Que música escutas tão atentamente
que não dás por mim?
Que bosque, ou rio, ou mar?
Ou é dentro de ti
que tudo canta ainda?
Queria falar contigo,
dizer-te apenas que estou aqui,
mas tenho medo,
medo que toda a música cesse
e tu não possas mais olhar as rosas.
Medo de quebrar o fio
com que teces os dias sem memória.
Com que palavras
ou beijos ou lágrimas
se acordam os mortos sem os ferir,
sem os trazer a esta espuma negra
onde corpos e corpos se repetem,
parcimoniosamente, no meio de sombras?
Deixa-te estar assim,
ó cheia de doçura,
sentada, olhando as rosas,
e tão alheia
que nem dás por mim.
loading...
-
De Flores E Gentilezas
...
-
Pro Dia Nascer Feliz
"Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho; há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas." Machado de Assis...
-
"porque O Poeta é Pimenta Do Planeta..."
Por hora roubo versos e trechos de canções por aí. Quem sabe numa manhã dessas volte eu mesma a escrevê-los... MUDEZ Torquato da Luz Quando por fim voltares, traz no olhar a nesga de areal onde algum dia te encontrei entre a espuma e a maresia,...
-
Não Tenhas Medo
todo o Poder em si constitui um abuso, tanto maior quanto diz cinicamente representar as vastas maiorias e afinal governa em nome e para defesa de uma ínfima minoria. Nesta situação de tirania, o Poder de abuso comum, que sempre se verificou historicamente,...
-
Ir De Eléctrico Para A Revolução
Boa entrevista de Fernando Rosas ao i sobre o 5 de Outubro. Entre diversas observações sobre tal acontecimento, destaca-se o carácter “tão lusitano” da revolução, em que o principal chefe militar, Almirante Cândido dos Reis, se suicida por...
Política