Rodolfo Fernandes
Dilma sai de cena para evitar desgaste Vamos ao texto esclarecedor de Nassif.
A esta altura, até pela leitura da Época - que pertence ao mesmo grupo - O Globo sabe que a tal reunião entre Lina e Dilma não existiu. A Folha sabe, o Estadão sabe.
Mas a intenção do jogo não era chegar à verdade. Era mentir sistematicamente até que a pecha de mentirosa pegasse na vítima. Em plena segunda, com a trama desvendada, prosseguem mentindo.
Matéria interna:
Já o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) disse que a ministra se enfraqueceu muito com o episódio de Lina Vieira e não se sustenta mais como candidata do governo à sucessão de Lula.
- Ela mentiu muito, foi mentindo, mentindo, mentindo, e agora querem tirá-la de cena para repaginar seu currículo. Por conta dela mesma, despencou, e é irreversível. Esse remendo em pneu velho não surte efeito, tem que trocar o pneu. Se o governo não trocar de candidato, vai perder por antecipação. O brasileiro não quer um presidente mitômano - avalia.
Demóstenes é o sujeito que participou da mentira com Gilmar Mendes em torno do grampo falso da Veja.
Na Folha (na foto, o diretor de redação Otávio Frias Filho), o grande pensador Fernando Rodrigues cria o conceito de “patrimonialismo da informação” para abordar exclusivamente a falta de imagens no sistema do Palácio. Dias antes, escreveu um artigo inteiro chamando a Ministra de mentirosa - com base em uma mentira. Anos atrás, passou um mês dando sobrevida a uma armação de sua fonte preferida - Gilberto Miranda - o dossiê Cayman.
Otávio Frias
Internamente, nenhuma matéria do jornal sobre o desmascaramento de Lina.
No Estadão (na foto, o diretor de redação Ricardo Gandour), também nenhuma menção ao dia 19 - dia que Lina dava como sendo da suposta reunião. A matéria fala que a base se mobiliza para evitar a convocação de Dilma. Ricardo Gandour
Pergunto, em que mundo estão? Graças à Internet, esse factóide foi desmontado. Centenas de milhares de leitores de Internet - dentre os quais, os melhores leitores do Estadão, Folha e Globo - sabem que estão sendo enganados, ludibriados, sabe que mentiram para eles.
Onde se pretende chegar? O Estadão faz um drama com a decisão do desembargador em proibir a divulgação de um tema sob sigilo da notícia. Pergunto ao Gandour: qual o direito que tem um jornal de manipular a informação, de mentir e, depois de descoberta a mentira, não se corrigir?
Como se pretende alçar a liberdade de imprensa ao panteão das grandes liberdades civis, com essa desmoralização persistente? Não percebem que estão fazendo o jogo dos inimigos da democracia, que estão legitimando o chavismo? Quando irá cair a ficha desses destrambelhados?