Queimar a Merkel Sim!, está bem pensado. Mas não chega...
Política

Queimar a Merkel Sim!, está bem pensado. Mas não chega...















É preciso atingir o Imperialismo no actualmente mais importante dos seus interesses: os seus agentes nos serviços terciários prestados pelas elites da Europa ao controlo global financeiro

"...esta manifestação não é contra o povo alemão; é contra a chanceler alemã e o que ela representa - o imperialismo alemão - em termos políticos e económicos" é o que dizem os jornais; Porque a culpa da crise é dos “mercados financeiros”.

1. Esta é uma verdade estafada que já chegou praticamente a toda a gente. Mas quem são e quem manipula esses “mercados” não são entidades abstractas – têm nomes e localização geográfica precisa – no caso do controlo da emissão do dinheiro que controla a economia global este faz-se na praça financeira (Bolsa) de New York - uma coisa que já não funciona propriamente em nome do país “Estados Unidos”, mas sim de um conglomerado de banqueiros privados com hegemonia transnacional. (1) A livre emissão de Dólares, numa relação mega-inflaccionada com a economia real, é em si mesmo um acto de agressão Imperialista.

Para quê pagar impostos se eles podem 
fabricar o dinheiro à balda?

















A entidade responsável pela emissão monetária (em Dólares) é o conglomerado de bancos privados que constituem a Reserva Federal dos Estados Unidos, que assume a ilusória aparência de Banco Central de utilidade pública; a FED pode imprimir dólares na quantidade que decidir necessária e emprestá-los directamente ao Estado, para este se financiar na execução dos seus projectos políticos, a maioria dos quais colocados como investimento em processos de hegemonia globalizante (2)

2- A determinação dos preços das “commodities” (mercadorias) no mercado mundial é feita na Bolsa de Londres. Tudo o que seja valores de matérias-primas é decidido na City, desde o petróleo (transacionado em dólares) até aos minérios, trigo e outros cereais e produtos base na alimentação da população a nivel global. Tudo isto está dependente do valor de medida da Libra inglesa equiparada ao ouro na tradição clássica imperialista.
O Banco de Inglaterra pode cunhar ou imprimir Libras na quantidade que decidir necessária e emprestá-las directamente ao Estado. O objectivo principal do Reino Unido, como se sabe, é gerir economicamente os mercados dos países de língua inglesa através da Commonwealth. Excepto na localização geográfica, muito pouco ou nada liga a Inglaterra à parte continental da Europa.

a Rainha de Inglaterra é uma figura decorativa? nada mais errado! ou mais certo; Anote-se a pose e o discurso de Isabel II na ONU em 2010: "Sou Rainha de 16 paises membros destas Nações Unidas... e Lider de 54 paises pertencentes à Commonwealth"; Note-se ainda a deferência servil com que a real personagem é tratada no final, enquanto a cambada de representantes dos restantes paises-membros é mandada aguentar até que a Rainha seja conduzida ao exterior com pompa e circunstância inusitadas. Eles sabem que a ascendência da Banca Global tem raizes profundas na Aristocracia monárquica anglo-saxónica Europeia (3)
 


3- o Euro é uma moeda de criação recente, construida como cereja em cima de um bolo confeccionado por 450 milhões de consumidores a partir dos destroços da 2ª Grande Guerra. Durante 60 anos esse consumismo da Europa foi o motor da economia mundial na perspectiva capitalista liberal, por oposição subsidiada em dólares ao regime socialista da União Soviética saído da Revolução de 1917 na sequência da bancarrota czarista provocada pela 1ª Grande Guerra (4).
O Banco Central Europeu, concebido como emissor do Euro em 1999, com sede em Frankfurt na Alemanha, pela natureza dos seus estatutos (cujo primeiro objectivo seria o controlo da inflação) imprime o dinheiro mas não pode emprestá-lo directamente aos Estados-membros. O BCE apenas pode emprestar dinheiro (criar dívida) através dos Bancos Privados, desde que esses empréstimos sejam avalizados pelo Estado. É esta a génese das Dívidas Soberanas, ou seja, a transferência do pagamento de juros e prejuízos das dívidas dos bancos privados (incluindo, e sobretudo, as acções fraudulentas dos conglomerados financeiros anglo-americanos falidos) para a esfera da Dívida Pública dos Estados dependentes.

Para tal designio, utilizando a Alemanha como sub-imperialismo subserviente e capaz de controlar economicamente toda a Europa (5), os verdadeiros donos do mundo contam com a Santissima Trindade da especulação Financeira, da alienação pela Religião e do crime organizado pelo poder Militar


notas
(1) ler: Paulo Varela Gomes, "o capitalismo global deixou definitivamente de precisar de paises e fronteiras", in “O Espelho”
(2) Pior que o tributo pago como vassalagem ao Império nos tempos áureos de Roma, a aceitação de financiamentos em dólares pelos Estados-vassalos com acumulação capitalista local incipiente (e sem dinheiro, nada feito, não há obras para extasiar a populaça) constitui hoje em dia o reconhecimento do acto de fazer pagar juros exorbitantes aos contribuintes, escravizando-os em nome de uma Dívida que é contraída exclusivamente no interesse das elites governantes.
(3) O banqueiro Nathan Rothschild (1777-1836) elevado à condição aristocrática de Lorde, salientou: “Eu não me importo qual é a marioneta que é posta no trono da Inglaterra para governar o Império. O homem que controla a oferta de dinheiro da Inglaterra controla o Império Britânico e eu controlo a oferta de dinheiro da Inglaterra”. A proximidade dos irmãos Rothschild é bem percebida numa carta de Solomon Rothschild para o seu irmão Nathan em 28 de Fevereiro de 1815: “Nós somos como o mecanismo de um relógio: cada parte é essencial para que funcione na perfeição...” Essa proximidade é depois vista nos 18 casamentos feitos pelos netos de Mayer Amschel Rothschild – 16 foram contraídos entre primos de primeiro grau.
(4) A Rússia Soviética em 1917 recusou imediatamente pagar a Dívida que tinha sido contraída pelo Czar. A Dívida imputada à Alemanha pelos vencedores no Tratado de Versalhes em 1919 (que seria denunciada e o seu pagamento suspenso pelo regime de Hitler) só acabou de ser paga em  2010. Imagine-se agora a Dívida que foi imputada à mesma Alemanha após a derrota na 2ª Grande Guerra. Provavelmente é uma Dívida Eterna...
(5) "o Euro só funcionaria se não servisse para alimentar a Economia Alemã, à custa do resto da Europa!!!" (Joseph E. Stiglitz)
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