quem elege os Presidentes?
Política

quem elege os Presidentes?


making off da economia de guerra

Ronald Reagan era apenas um vulgar relações públicas na multinacional General Electric quando foi “escolhido” para candidato – pode-se imaginar como tão insignificante criatura foi responsável pela desregulamentação global, pelo desmantelamento do new deal e a livre circulação de capitais, principalmente legalizando os sediados em off-shores; será que este salto que inaugurou o neoliberalismo foi decidido por uma parda figura de hollywood? – o estudo da génese do conglomerado General Electric/NBC, que é uma das corporações mais tóxicas e letais do mundo, demonstra qual o papel das Multinacionais na politica contemporânea. Herdeira da alemã AEG (praticamente destruida no final da II Grande Guerra) a empresa renasceu com o triunfo dos Estados Unidos, os 30 anos gloriosos de exploração neocolonial e o assalto final da globalização selvagem; escusado será dizer que desde a fundação da AEG pelo judeu Emil Rathenau na Alemanha do início do século XX, passando pelas ramificações familiares consubstanciadas no secretário de Estado judeu “americano” Hans Morgenthau (1904-1980), até ao actual guru da gestão Jack Welch, a General Electric é uma corporação de génese 100 por cento Judaica (ou seja, a mesma comunidade que gere a emissão de moeda através da Reserva Federal). Eis um dos ângulos da parte crucial da história clássica (por cortesia da Monthly Review), e dois lembretes visuais aleatórios para duas caras do sistema (escusado será dizer que a Time/AOL é o maior conglomerado de Media mundial, do mesmo grupo da GE), uma imagem de 1980 e outra (The New Liberal Order) de hoje em 2008, mas mascarada de Roosevelt, ou seja da época em que o negócio de armamento do complexo militar usurpou de vez os centros decisores da politica:

A Economia de Guerra Permanente e o Keynesianismo Militar

“Em Janeiro de 1944 Charles E. Wilson presidente da General Electric e chefe executivo do Departamento de Produção de Material de Guerra proferiu um discurso na “Army Ordnance Association” (que dois anos depois serviu de minuta para o famoso discurso de Eisenwover em 1946) advogando uma economia de estado de guerra permanente. De acordo como o plano de Wilson proposto nessa ocasião, cada grande companhia fabricante deveria ter uma “ligação” representativa com os militares, delegados esses aos quais seriam dadas comissões de serviço com o posto equiparado a coronel na reserva. Esta deveria formar a base de um programa, a ser iniciada pelo presidente como comandante em chefe em colaboração com os ministérios da Guerra e da Marinha, desenhado para agregar as corporações e os militares em conjunto numa única força – unificando forças armadas e complexo industrial. “Não é mais natural e lógico” perguntou, “que nós possamos reforçar a nossa politica sobre o facto de dispormos de uma capacidade industrial para a guerra, e uma capacidade de investigação para as guerras que já pressentimos hão-de vir? Quer-me parecer que qualquer coisa menos que isso é uma grande loucura”. Wilson saiu a terreiro para indicar que neste plano a parte a ser desempenhada pelo Congresso se restringiria a votar os fundos necessários. Para além disso, era essencial que a Indústria fosse autorizada a jogar um papel central neste novo estado social de guerra sem que fosse atingida politicamente “or thrown to the fanatical isolacionist fringe [e] marcada com o rótulo de “mercadores-da-morte

Na chamada, ainda até antes da Segunda Grande Guerra, a ficarem mais perto para “um programa continuado de preparação industrial” para a guerra, Charles E. Wilson, vice presidente do "War Production Board" (muitas vezes referido como “General Electric Wilson” para o distinguir do “General Motors Wilson” – Charles Erwin Wilson, presidente da General Motors e Secretário da Defesa de Dwight Eisenhower) articulou um ponto de vista que caracterizava a oligarquia dos Estados Unidos como um todo durante os anos imediamente a seguir à IIGrande Guerra.
Em eras anteriores isso fôra assumido como havendo uma economia informal de comércio de “armas e manteiga”, e que os gastos militares deveriam ocorrer a expensas de outros sectores da economia. Contudo, uma das lições da expansão económica do regime nazi alemão, seguida pela experiência dos próprios Estados Unidos em armar-se para a Segunda Grande Guerra, foi que esse grande incremento nos gastos militares poderia actuar como grande estímulo para a economia. Em apenas seis anos sob a influência da IIGrande Guerra a economia norte americana expandiu-se em 70 por cento, recuperando finalmente da Grande Depressão. A era para além da “Guerra Fria” viu também a emergência daquilo que mais tarde ficaria conhecido como “keynesianismo militar”: a visão que promovendo uma procura efectiva e suportando os benefícios monopolistas dos gastos militares poderia ajudar a sustentar as bases de apoio do capitalismo nos EUA. (Charles E. Wilson: “For the Commom Defense”)
John Maynard Keynes, no seu clássico “Teoria Geral do Emprego, Dinheiro e Juros”, publicado em 1936, em pleno clima de grande Depressão, argumentou que a resposta a uma estagnação económica era a promoção efectiva da procura através dos gastos (investimentos) do Governo. A falsificação abastardada do keynesianismo que ficaria conhecida como “keynesianismo militar” foi a visão que isto teria melhores efeitos com menos consequências negativas para os grandes negócios (big business) – se houvesse uma prevalência pelos gastos militares (..)”

ver o artigo da MR de Outubro: "O Triângulo Imperial dos Estados Unidos e os Gastos Militares"
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