Razão, Cognição, Emoção
Política

Razão, Cognição, Emoção


"Triste época a nossa! Em que é mais fácil desintegrar um átomo que um preconceito" (Albert Einstein)

Joana Amaral Dias lança o livro “O Cérebro da Política”, com apresentação do filósofo José Gil subtitulado: “Como a Personalidade, Emoção e Cognição influenciam as escolhas Politicas

De acordo com os seis atalhos cognitivos essenciais – afecto de referência, recomendação heurística, familiaridade, hábito de escolha por já se ter escolhido antes, viabilidade de vencer – “conclui-se que as pessoas votam de forma “simples” e sobretudo de forma emocional. Um exemplo destes processos é a nostalgia pelo Comunismo. Esse fenómeno da Europa de Leste pode ser lido de várias perspectivas. Certo é que várias sondagens levadas a cabo nesses países reflectem um sentimento: uma avaliação moral positiva do período comunista. Por exemplo, em 2009, 72% dos húngaros, 62% dos búlgaros e ucranianos e 60% dos romenos declararam que estavam pior do que durante o comunismo. Estes números colocam questões pertinentes: como é que as pessoas não se arrependem do comunismo? Como ignoram o seu legado opressor e criminoso? A verdade é que, apesar de todas as atrocidades, o comunismo deixou também uma “herança ideológica”, uma história alternativa de valores (tão progressistas quanto conservadores), uma narrativa”. (página 143).

Para além da autora considerar a experiência soviética do período tardio preconceituosamente como comunismo, não o distinguindo de uma mera experiência de “capitalismo de Estado”, ao induzir elementos de cognição errados na disciplina de Psicologia Politica que pretende os leitores assimilem, morre ao morder a língua e engolir do seu próprio fel. Entre o apelo à razão e à emoção, abandona a primeira e usa despudoradamente a segunda, ou seja, a mensagem subliminar que pretende passar é que das três possibilidades de escolha politica em presença – conservadorismo, liberalismo e marxismo – esta última não nos deve servir. Na verdade a razão de facto (da autora) é que o marxismo põe em causa o regime de propriedade privada tão caro à burguesia (aos que detêm os meios de produção social dos quais beneficiam).

"Frequentemente os dados da neurociência e das ilusões de percepção são usados para convencer as pessoas que as suas capacidades de perceber o mundo são limitadas" (página 79)



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