O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, reconheceu que o crédito, nos primeiros dias de outubro, sofreu séria retração e se multiplicam as queixas de que a liberação de recursos do recolhimento compulsório sobre os depósitos - avaliada em R$ 88 bilhões - ainda não resultou em maior oferta de crédito, insinuando que os bancos preferiram investir em títulos do Tesouro. Além disso, caem também os empréstimos consignados em folha de pagamento.
O fato é que o corte do compulsório não chegou a compensar as perdas na captação de recursos e o aumento dos gastos dos bancos. Só excepcionalmente eles conseguem captar recursos no exterior e tiveram de aumentar as despesas com a remuneração das aplicações em CDBs e Recibos de Depósito Bancário, que cresceram fortemente em razão da fuga das aplicações em ações. Paralelamente, as margens a serem recolhidas à BM&F, nas operações no mercado futuro, aumentaram muito nessa fase de volatilidade do mercado.
Está aí parte da explicação para a oferta de crédito não ter aumentado com a liberação do compulsório, porque ainda vai demorar para que o aparelho circulatório das instituições financeiras entre em melhor funcionamento.
Pode-se perguntar por que o crédito consignado apresenta uma redução ainda maior do que as outras formas de crédito pessoal.
No final do mês de agosto, o saldo do crédito consignado era de R$ 74 bilhões, a maior parte para aposentados e pensionistas. Essas operações representavam 54,9% do crédito pessoal que, nos oito primeiros meses do ano, cresceu 20,1%, ante 14,6% do crédito consignado.
Os mutuários preferiam o crédito consignado, com taxa de 28,5% ao ano, aos outros tipos de crédito pessoal, com taxa de 70,6% - mas estava nestes o interesse dos bancos.
Antes da crise de liquidez, já se verificava um menor crescimento do crédito consignado por causa de dois fatores: uma redução, pelo governo, do limite de endividamento dos aposentados, de 30% para 20%, e uma remuneração fixa enquanto a taxa Selic aumentava.
No momento em que escasseiam os recursos para o crédito, os bancos dão preferência a empréstimos cuja remuneração é maior, mesmo perdendo operações de risco menor. É uma orientação a lamentar, porque, num momento de maior pressão inflacionária, é um fator de aumento do custo do crédito.
loading...
O Estado de S.Paulo - 26/02/2010 O Banco Central anunciou na noite de quarta-feira a redução do nível de recursos que os bancos podem ter à sua disposição para as operações de crédito. Tecnicamente, está exigindo o retorno aos patamares de...
Às vésperas do fim do ano, os bancos instalados no País dispunham de R$ 447,6 bilhões para emprestar, montante bem superior aos R$ 268,1 bilhões disponíveis no início de 2008, segundo reportagem de 29/12 do jornal Valor....
Governo vai tirar dinheiro de banco que não emprestar o compulsório liberado. É um tapinha, mas não é solução "O BC FEZ isso para que os bancos emprestem. Se os caras não emprestarem, toma de volta. Faz um compulsório diferenciado para...
Num momento em que todos os países industrializados tomam medidas para enfrentar a crise financeira atual, o Banco Central do Brasil (BC) não está parado e, apesar de a crise até agora ter apenas um efeito reduzido sobre...
Folha de S.Paulo EDITORIAL, Autoridades têm meios de prevenir efeitos indesejáveis da crise no país, como a escassez no crédito para exportar A AVALANCHE destruidora da crise global, que não pára de fazer vítimas entre instituições financeiras,...