Francisco Ambrósio do Nascimento. Eis o nome do araponga da Abin que comandou os grampos da Operação Satiagraha, que acabou resultando na escuta ilegal da conversa do presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, com o senador Demóstenes Torres (DEM-MT), conforme revelou a VEJA na semana passada. É o que informam Mino Pedrosa e Hugo Marques na revista IstoÉ. Ambrósio estava trabalhando sob o comando do delegado Protógenes Queiroz — este do post aí abaixo...
Segundo a reportagem, a Abin chegou ao telefone de Demóstenes a partir do monitoramento, também ilegal, do telefone da repórter Andréa Michael, na Folha. Ela telefonou ao senador, e ele também caiu da rede da espionagem. A coisa foi tão longe, que o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) teria tido seus meticulosamente vigiados durante viagem ao Rio.
O tal Ambrósio, informa o texto, costuma dizer por aí que Protógenes tem arsenal para destruir o governo passado, o atual e também o próximo!!!
E Lacerda? Sabia?
Pois é... segundo a reportagem, quando Paulo Lacerda deixou a PF para se transferir para a Abin, deixou uma instrução a seu sucessor, Luiz Fernando Correa: dar carta branca a Protógenes — o que, evidentemente, não foi aceito, já que nem um presidente da República a tem...
O delegado achava que seu novo chefe estava de má vontade e resolveu recorrer ao antigo. Protógenes mandou grampear o próprio telefone para registrar os pedidos de verba que fazia, nem sempre atendidos. Outro araponga da Abin, Márcio Seltz, passou a dar expediente na própria PF. Ele dizia trabalhar para Protógenes, embora dessa cooperação não tenha sobrado um só documento legal. Correa ameaçou tirar Protógenes do caso, e Protógenes teria reagido ameaçando divulgar conversas que considerava comprometedoras...
A esse estágio chegaram os órgãos de “Inteligência” no Brasil.