Que hipótese existe de Revolução? Como funciona a repressão face às ameaças aos diversos poderes regionais instituidos e principescamente subornados pelo Império? (em 30 anos ao serviço do imperialismo judeu-americano Hosni Mubarak amealhou uma fortuna avaliada em 53 mil milhões de dólares)
No caso do Egipto foi assim que funcionou: um primeiro passo foi ordenar a detenção do executivo da Google, Wael Ghonim, tido como um dos elementos fulcrais na organização das manifestações de protesto no Cairo (ver video da detenção aqui) - o ciber-activista esteve preso durante 12 dias e ao ser libertado deu uma entrevista televisiva no final da qual se emocionou e chorou ao tomar conhecimento de ter havido imensos mortos enquanto permaneceu nos cárceres de Mubarak - de imediato Wael Ghonim acaba por ser transformado num ícone da revolução que continua na praça da Libertação.
Um segundo passo foi nomear para vice-presidente do mesmo regime que provocou os protestos um alto dignitário do Exército. Há muitos milhões em jogo investido no Egipto como tampão de segurança para Israel - e o general Omar Suleiman despiu a farda e já arenga ás massas televisivas de fato e gravata. Um terceiro passo foi retirar do terreno as cadeias de informação inconvenientes; a Al-Jazeera que fez uma cobertura inicial excepcional dos acontecimentos viu as suas instalações serem encerradas e as equipas de reportagem detidas, os equipamentos apreendidos, o sinal de satélite desligado, pelo que deixou de transmitir em directo. (Time Magazine 14/2)
Enquanto isso, quem no final acaba por pagar estes autênticos fretes, os contribuintes norte-americanos e os dos paises seus aliados, são impedidos de perceber minimamente o que quer que seja sobre este tipo de assuntos. Nos Estados Unidos a estação de televisão sedeada no Qatar Al-Jazeera viu construida para as grandes massas uma imagem de uma cadeia televisiva ao serviço de terroristas, embora tenha conquistado o respeito das diminutas elites urbanas; a Al-Jazeera nos EUA só está disponivel para assinantes de cabo e apenas em três cidades.
Do outro lado dos novos Media conquistados pelo Poder, temos o caso do blogue da garota das noticias de programa norte americano que viu o seu site ser comprados pela gigante empresa de Media judaica-estadounidense AOL-Time-Warner pela quantia de 231 milhões de dólares. Arianna Huffington tinha investido no seu pequeno empreendimento privado cerca de 1 milhão em 2005, mas o agora definido como"jornal online" tem perspectivas de atingir 100 milhões de visitas mensais apenas nos EUA; (des)Informação capitalista: Sempre a crescer e a ocultar os pontos de vista que se querem aldrabar .
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