Rugas em choque Adesivo transdérmico usa corrente elétrica Houve um tempo em que, para conferir um aspecto mais descansado à pele, o recurso máximo ao qual se podia recorrer eram as rodelas de pepino. Elas até ajudam a reduzir as olheiras e a desinchar as bolsas que se formam sob os olhos – mas seu efeito não passa disso. A receita caseira dos tempos de antanho ganhou uma versão bem mais poderosa: os patches anti-rugas. Equipados com uma microbateria (sem fios, não se assuste), esses adesivos produzem uma corrente elétrica de baixa intensidade. Usados por vinte minutos, os patches elétricos, segundo o fabricante, contraem as fibras elásticas mais superficiais da derme e melhoram a circulação, o que garantiria o "efeito Cinderela". A reportagem de VEJA testou o adesivo. Os resultados são sutis. Por algumas horas, as linhas de expressão ficam mais suaves e a pele, mais viçosa. É preciso muita ilusão para acreditar que ele dá um fim às rugas, ainda que momentaneamente. Os patches podem ser usados também no tratamento antiidade. Por funcionar como uma barreira natural de proteção do organismo, a camada mais superficial da pele, a epiderme, dificulta a absorção da maioria das químicas contra o envelhecimento. Os estímulos elétricos dos adesivos ajudariam os géis e cremes prescritos pelos dermatologistas a furar esse bloqueio. Além disso, e é fato provado, a microestimulação elétrica tem a capacidade de ativar os fibroblastos, responsáveis pela síntese de colágeno e pela hidratação e firmeza da pele. O fabricante recomenda usar os patches durante quatro dias seguidos, com intervalo de outros três, por no mínimo um mês. Tais adesivos anti-rugas nasceram de pesquisas desenvolvidas em Israel, há dois anos. Os israelenses partiram de um princípio antigo da medicina, chamado iontoforese. Há mais de um século, descobriu-se que o uso de correntes de eletricidade possibilita aos remédios alcançar o sangue sem que se precise ingeri-los ou injetá-los. Atualmente, ela é utilizada para o controle da dor e da inflamação, em consultórios médicos. Seu uso é comum, ainda, em clínicas estéticas para tratamentos faciais. A combinação da iontoforese com os patches foi um achado de mestre (da prestidigitação, diriam as absolutamente céticas). A nova tecnologia para a área dos olhos foi lançada comercialmente por marcas de cosméticos como Dior, Chanel e Estée Lauder. Essa última anuncia o patch como "artigo de primeira necessidade quando se tem um encontro importante ou um casamento em que se desejem resultados imediatos". Soa um tanto exagerado. No Brasil, os adesivos custam, em média, 40 reais o par. Eles são vendidos apenas em consultórios dermatológicos e farmácias de manipulação. "O próximo passo é o desenvolvimento de patches que já contenham géis, soluções ou cremes específicos para rugas, olheiras e clareamento da pele", diz o dermatologista Marcelo Bellini. |
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