Política
se a chamada Economia Paralela pagasse impostos, Portugal passaria a ter um Défice de 0,85%
Um estudo agora divulgado pelo Observatório de Economia e Gestão de Fraude (OBEGEF) dá conta que o peso da economia paralela voltou a aumentar em 2012 para
26,74% do PIB, o equivalente a cerca de 44 mil milhões de euros, ou seja, mais de metade do valor da "ajuda" a juros da Troika. "Se nada for feito, haverá nova subida em 2013" - sugerindo o Obervatório que sejam tomadas medidas através de uma justiça mais rápida e eficaz, criminalizando o enriquecimento ilícito, advogando o combate às empresas-fantasma que declaram contabilidades fraudulentas.
(ler mais)Não se pense contudo que a economia paralela é produto de pequenos intrujões que vigarizam o Estado e a sociedade pela via da fuga ao pagamento de impostos. Não são os biscateiros, os donos de tasca ou os pequenos empresários sempre na corda bamba que fogem a passar facturas.
O Estado e a Sociedade são lesados pelos grandes vigaristas que usam e sugam os bens sociais mas fogem com os capitais para fora do país para não pagar impostos (praticamente todos os cotados do PSI20) -
e a esses o Estado, no seu actual estado, conhece-os bem. Convive com eles, senão está subjugado por eles. A tal ponto que em 2010 o Estado fez aprovar uma Lei especial pela qual "
os contribuintes que tinham posto dinheiro ilegalmente fora do país podiam trazê-lo de volta, sem perguntas incómodas e pagando um imposto de apenas 5%", ou seja, um autêntico
perdão fiscal feito à semelhança de
outros perdões concedidos por anteriores governos.Um dos grandes beneficiários do golpe foi o BES, que hoje, face às múltiplas indiciações em processos judiciais, vem dizer que
"está tudo regular e esclarecido"É neste contexto, e na disputa de influências e zanga de comadres entre o maior banco transnacional sediado em Portugal e os capitais angolanos refugiados fora do seu país, que chegam ao conhecimento público alguns dos sinistros meandros das economias paralelas a nivel global.
E já agora, pretexto igualmente para uma lufada de ar fresco nos meios de comunicação mediáticos nacionais.
Parte do Editorial do Jornal "i" de 26 de Setembro:
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