A pancadaria patrocinada por Serra ao longo de duas semanas teve dois resultados aparentes:
- conteve o crescimento de Dilma, sem reverter a tendência de vitória no primeiro turno da petista – ela se mantem acima de 50% em todas as pesquisas;
- tirou votos de Dilma em setores muito pontuais (mais ricos e mais escolarizados – ou seja, aqueles mais sujeitos ao bombardeio de “Veja” e dos jornais), e os entregou a Marina Silva.
A última pesquisa DataFolha mostra isso. Serra não para de cair. Marina parece se a única beneficiada pela pancadaria tucana.
Como eu já havia escrito aqui, a tática do “JN” é essa mesmo: enquanto PT e PSDB se devoram, Marina aparece, olímpica, como a terceira via. É um esforço danado pra forçar o segundo turno, fazendo Marima crescer. Só que ela precisa crescer de verdade, em todas as faixas de renda e escolaridade. E isso por hora não ocorreu.
O que Serra pode fazer nos próximos dias? Se continuar batendo pessoalmente, corre o risco de ver sua rejeição crescer. Além disso, o tucano agora deve estar torcendo pra história do vazamento sumir do mapa. Se não, o mapa vai apontar pras Ilhas Virgens…
Serra, para evitar esse risco, deve terceirizar a pancadaria a partir de agora. A “Veja”, e seu esgoto sem fim, estão aí pra isso mesmo – ajudados pelo Ali Kamel e pelo Otavinho Frias. Podem esperar sábado à noite o “JN” a repercutir a “Veja” com a nova “denúncia” sobre tráfico de influência na Casa Civil (ah, outro escândalo com “timing” perfeito pros tucanos, tirado da cartola na reta final, coisa de louco). Depois a “Folha” entra no caso, e aí o “JN” volta segunda-feira, repercutindo a repercussão – num rodízio sem fim, entremeado por declarações indignadas de Serra, Álvaro Dias e outros que tais.
O risco é o Ali Kamel errar na mão. Aí, a Marina – de terceira via – pode virar a segunda via. Ajudando a enterrar Serra.
A conferir.