Política
Se eleição fosse hoje, Dilma teria 63% do Senado
Congresso em Foco
Se eleição fosse hoje, Dilma teria 63% do Senado
Cresce a performance dos candidatos governistas, de acordo com as últimas pesquisas, aumentando o tamanho da base da candidata petista num eventual governo. Arthur Virgílio, um dos maiores inimigos do governo, neste momento está fora do Senado
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Vanessa Grazziotin, do PCdoB, ameaça deixar o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio, sem mandato |
Rudolfo Lago
Se a onda vermelha, como mostrou o Congresso em Foco no dia 7 de setembro, não alterou muito as disputas para os governos estaduais, o mesmo não se pode dizer da disputa para o Senado. Em agosto, levantamento do site já mostrava que Dilma Rousseff (PT), caso as eleições fossem naquele momento, teria uma maioria confortável de 57% no Senado em um eventual governo. Mas alguns dos principais algozes do atual governo continuariam a postos para assombrá-la. Passado pouco menos de um mês, novo levantamento demonstra que candidatos governistas viraram situações desfavoráveis em alguns estados e aumentaram o tamanho da base de Dilma, caso ela seja mesmo eleita presidente, como demonstram hoje as pesquisas.
Se as eleições fossem hoje, tomando-se como base a última pesquisa disponível em cada estado, levando-se em conta os dois primeiros colocados e o terço de senadores que prosseguirão por mais quatro anos, Dilma, caso eleita, teria o apoio de 63% dos senadores, ou 51 deles. Serra, hoje, teria ao seu lado apenas 27 senadores (33,3%). Marina Silva, do PV, teria situação complicada: nenhum senador em sua base de apoio. E Plínio de Arruda Sampaio (Psol), na remotíssima hipótese de se eleger, poderia contar com Heloisa Helena, que deve se eleger senadora por Alagoas.
Como seria o Senado se as eleições fossem hoje
Últimos números das pesquisas para o Senado
A tarefa de livrar Dilma de opositores ferrenhos vem obtendo sucesso no Amazonas e no Rio de Janeiro. No Amazonas, o senador Arthur Virgílio (PSDB) é nome que consta de uma “lista negra” do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que contém nomes que ele não quer de forma alguma ver de novo no Senado pelos problemas que lhe causaram na oposição. Até a última pesquisa, Arthur parecia que conseguiria garantir um novo mandato: ele aparecia em segundo, atrás de Eduardo Braga, do PMDB. Pesquisa do Ibope realizada entre 10 e 12 de setembro, porém, mostra que ele foi ultrapassado pela deputada Vanessa Grazziotin, do PCdoB. E Eduardo Braga disparou, com 80% das intenções de voto.
No Rio, Dilma livrou-se – pelo menos neste momento - de uma potencial dor de cabeça: o ex-prefeito César Maia, pai do presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia. César Maia era o segundo nome, perdendo apenas para Marcelo Crivella, do PRB. Mas, segundo pesquisa Datafolha divulgada em 11 de setembro, foi ultrapassado pelo ex-prefeito de Nova Iguaçu Lindberg Faria.
Mudança do eixo oposicionista
Berço do PSDB, São Paulo, com a saída de Orestes Quércia (PMDB) da disputa para tratar de um câncer, não deverá ter senadores oposicionistas na bancada caso se confirme um eventual governo Dilma. De acordo com a última pesquisa do Datafolha, a bancada paulista será formada por dois petistas que já foram marido e mulher – Eduardo e Marta Suplicy – e complementada pelo cantor de pagode e vereador Netinho de Paula (PCdoB), que hoje lidera a pesquisa.
Essa derrocada paulista aponta para Minas Gerais como novo eixo de liderança da oposição ao governo. Ali, Aécio Neves (PSDB) segue com folga para se eleger senador. E puxa com ele o ex-presidente Itamar Franco, que deverá ser o único senador do PPS. A bancada se completa com Elizeu Rezende (DEM), que permanecerá por mais quatro anos.
Outra indicação da possibilidade de deslocamento do eixo de liderança da oposição para fora de São Paulo é o bom desempenho de Tasso Jereissati (PSDB) no Ceará. E a formação de um enclave oposicionista – confirmadas as últimas pesquisas – em Goiás, com os tucanos Marconi Perillo e Lúcia Vânia e o demista Demóstenes Torres.
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