Política
Sombras de 1929
as implicações globais do colapso bancário americano -
3 palestras de
Nick Beams, secretário nacional do
Socialist Equality Party (SEP) da Austrália. Traduzido para português no World Socialist:
Parte 1 - Tudo tinha de estar pronto impreterivelmente antes de segunda de manhã quando abririam os mercados asiáticos; senão seria o desmoronamento de Wall Street; a componente principal do
plano de resgate do Bear Stearns (que depois seria "comprado" pela JP Morgan), era a garantia de que o Federal Reserve Board assumiria a responsabilidade por 30 biliões de dólares em títulos de dívida controlados pelo banco falido —
uma decisão sem precedentes nos anais do banco central dos EUA.
Parte 2 - O “
Choque Volcker” (1979), como ficou conhecido, assistiu ao aumento das taxas de juros a níveis record. A política de Volcker tinha dois propósitos relacionados: elevar o valor do dólar americano e garantir a sua posição de predominância global como moeda corrente (com as decorrentes vantagens que isto traz aos EUA), e eliminou os sectores não lucrativos da indústria americana, forçando uma reestruturação da economia dos EUA para restabelecer a taxa de lucro. Essas medidas envolveram uma ofensiva impiedosa contra a classe trabalhadora americana, pelo
estabelecimento das redes de produção globais, capazes de utilizar a força-de-trabalho mais barata disponível.
Parte 3 - Existe uma contradição fundamental bem no cerne do mercado que nenhum tipo de regulamentação é capaz de prevenir - isto é, a contradição entre
a racionalidade individual e a irracionalidade do sistema como um todo. Os indivíduos sobre - endividados ou as empresas cada uma por si têm apenas três opções:
cortar gastos, vender acções ou declarar falência. Timothy Geithner o presidente do Banco da Reserva Federal de Nova Iorque explica: O presente episódio tem
uma dinâmica em comum com todas as crises passadas. Os participantes do mercado pisaram no travão para reduzir a sua exposição às perdas futuras, mas o travão virou acelerador, aumentando os riscos de colisão. O risco mensurável tem aumentado numa velocidade muito maior do que boa parte das instituições têm sido capazes de reduzí-lo, e as tentativas para o reduzír aumentaram a volatilidade e pressionaram os preços para baixo, aumentando assim a exposição ao risco.
curiosa a forma como a comunicação social pretende (
DN de ontem)
fazer crer que as "autoridades andam a tratar da besta" quando
afinal o problema reside num negócio de Estado irresoluvel,
na perspectiva capitalista das élites neoliberais instaladas no Poder.
a
Morgan Stanley (
uma financeira mainstream judaica) tinha avisado que haveria “um evento catástrofico”
se o Banco Central Europeu insistisse em combater a Reserva Federal norte americana. Trichet aumentou os juros para 4,5 por cento, enquanto do lado de lá do Atlântico eles descem, estando actualmente nos 2 por cento. A taxa Euribor já subiu mais de 100 pontos desde que a crise do crédito se tornou visivel em Agosto do ano passado. A mesma empresa financeira notou que Portugal e Espanha, com 10,5 por cento de défice em relação ao
GDP e a Grécia com 14 por cento, com tais níveis extremos de endividamento nunca deveriam ter estado habilitados a fazer parte da zona Euro. A Alemanha, cuja moeda forte, o Marco, foi substituida pelo Euro, tem actualmente um superhavit de 7,7 por cento do GDP.
Entretanto o êxito relativo deste centro financeiro europeu deve-se ao crescimento exponencial do nível de endividamento dos paises do Leste, desde o Báltico até ao Mar Negro, cuja dívida cresce entre 40 a 50 por cento ao ano. O nivel de endividamento da Lituânia é de 23 por cento, da Bulgária 22%, na Hungria e na Roménia ultrapassa os 55 por cento. Há aqui um imenso potencial de crescimento, até estes novos paises embebedados com
os beneficios do capitalismo se transformarem em "petits portugais". Claro que dentro em breve, mais ano menos ano, retira-se-.lhes o tapete bancário, o boom do crédito estoira e os cobradores vão aparecer que nem piranhas para recolher o pagamento coercivo mais juros infacionados, tudo em bom proveito do reembolso dos bilionários que controlam a
Reserva Federal (FED) e da
retoma nos Estados Unidos.
Deve ser a contar com as migalhas saqueadas militarmente através do pacto com os Neocons americanos que o
abominável professor César das Neves, que vive opíparamente à sombra da bananeira de Belém, disse hoje à Antena1 que em Portugal (com uma dívida externa de mais de 100%) "comparado com os outros paises lá de fora" não existe crise e não há razão para alarme.
(
fonte)
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